'A partir de hoje sou babá', diz Geddel; ex-ministro diz ter pago R$ 1,9 mi pelo La Vue
Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil
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Neste domingo (27), dia que encerrou a semana de seu calvário político, o
ex-ministro da Secretaria de Governo Geddel Vieira Lima recebeu o
jornal O Estado de S. Paulo em sua casa, no bairro do
Chame-Chame, em Salvador, para, em suas palavras, encerrar suas
declarações sobre as denúncias que lhe custaram o cargo. Ele mostrou
cheques em seu nome e de empresas que usam suas iniciais (GVL) e a de
seus pais (MA) para reafirmar que investiu no apartamento 2301 do
Edifício La Vue, na capital baiana. Sua intenção é desfazer afirmações
de que seria sócio oculto do empreendimento. O ex-ministro diz ter
assinado a promessa de compra e venda do imóvel "em meados de 2014" e já
ter pago R$ 1,9 milhão pelo apartamento - mais R$ 1 milhão seria pago
em duas parcelas de R$ 500 mil, uma este ano e outra no final de 2017,
na entrega das chaves. Apesar do investimento, seu nome e o das empresas
citadas por ele não aparecem na ata da convenção do condomínio assinada
em setembro de 2015. Segundo Geddel, porque era uma promessa de compra e
venda, ainda que o pagamento já tivesse sido efetuado. "A empresa de
minha prima está lá na ata e ela desistiu da compra", afirmou. O
ex-ministro não permitiu que a reportagem tirasse cópias dos documentos
que apresentaráà Comissão de Ética da Presidência e ao MP. Também não
autorizou qualquer registro da entrevista. "Não vai fazer que nem o
(Marcelo) Calero não, hein?", brincou, citando o ex-ministro da Cultura,
que afirma ter gravado conversas em que Geddel o teria pressionado a
aprovar o empreendimento fora das regras do Iphan. O caso culminou com o
pedido de demissão de Geddel na última sexta-feira, acompanhado de
perto por jornalistas e manifestantes em frente ao prédio onde mora, na
Bahia. Geddel diz não saber o que será feito do empreendimento após a
suspensão das obras por decisão da Justiça. "Quero sarar o lombo e
pensar no que fazer daqui para a frente". De camisa regata, jeans e
sandálias, brincou: "A partir de hoje, sou babá", em referência ao
filho, Gedelzinho, de sete anos. O ex-ministro também comentou o apelido
de "Suíno" que teria recebido no colégio Marista de Brasília, onde
estudou com Renato Russo, do qual ele afirma não se recordar. "Nunca fui
chamado de Suíno. Aliás, nem lembro de Renato Russo nenhum no colégio.
Ele não era ninguém". A história - e a desavença com Renato - é narrada
na biografia do cantor, "O Filho da Revolução", de Carlos Marcelo. As
informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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