Prioridade na volta ao Brasil é discutir aprovação de PEC, diz Meirelles
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil |
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou nesta quarta-feira
(12) que vai priorizar na sua volta ao Brasil, depois de mais de uma
semana nos Estados Unidos, a discussão da continuidade da aprovação da
proposta de emenda constitucional (PEC) que estabelece um teto para o
aumento do gasto público, além da questão da mudança das regras da
repatriação, caso o assunto volte à pauta da Câmara, e a reforma da
Previdência. Sobre a reforma da Previdência, Meirelles afirmou que há
interesse dos Estados em participar da mudança. "Há interesse,
manifestação grande dos Estados", disse a jornalistas. O ministro
explicou que a Fazenda já tem uma série de conversas em andamento com os
Estados, que pedem auxílio técnico sobre o tema. A reforma deve ser
enviada em breve ao Congresso. Já a PEC será votada em segundo turno na
Câmara no próximo dia 24. Meirelles também afirmou que a atual lei da
repatriação de recursos ilegais de brasileiros no exterior é "bastante
adequada", e minimizou a dificuldade em alterar as regras no Congresso.
"Caso não seja pautada e aprovada uma nova lei, acredito que está bem",
disse durante a coletiva. "Não é que nós estejamos ansiosos pela
aprovação de uma nova lei. Se não aprovar, a lei atual é adequada." O
ministro disse ainda que é difícil prever o que deve render uma
arrecadação maior para o governo, se a lei atual ou se a versão
alterada. "As duas têm vantagens e desvantagens. Não há como dizer que
uma vai arrecadar mais que a outra", afirmou o ministro, ressaltando que
não se tem dados oficiais dos recursos no exterior que poderiam ser
repatriados, justamente por serem ativos ou bens não declarados
oficialmente. O projeto que altera as regras da lei da repatriação foi
retirado na terça-feira da pauta da Câmara pelo presidente da
instituição, Rodrigo Maia (DEM-RJ) após não chegar a acordo com o PT
sobre a divisão de recursos para os Estados. "Evidentemente é possível
que de hoje até segunda-feira, pode ser que o acordo venha a ser
alcançado e venha a ser pautado", disse Meirelles nesta
quarta. Meirelles foi perguntado sobre a possibilidade de incluir na lei
da repatriação os parentes de políticos, como querem alguns
parlamentares. "A informação que eu tenho é que esse assunto deixou de
ser uma possibilidade", disse ele. "Eu acho que é uma tese muito
controversa, que certamente enfrentaria muita resistência na sociedade.
Mas isso não é algo que afeta a arrecadação". O ministro afirmou que
acha viável uma das possibilidades que vêm sendo discutidas em Brasília,
que é a regularização da situação dos recursos no exterior, mas sem que
a pessoa repatrie o capital. Meirelles lembrou que o nome do projeto é
de regularização de capitais, apesar de ter ficado mais conhecido como
projeto de repatriação. "A finalidade da lei é que os brasileiros que
tenham bens no exterior não declarados à Receita Federal agora sejam
declarados." A partir daí, onde vai ser investido esses recursos, é uma
decisão dos investidores, concluiu Meirelles.
( por Altamiro Silva Junior, correspondente | Estadão Conteúdo)
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