Para evitar crise, Temer tentará reunir Renan, Moraes e Cármen Lúcia
(Foto: Montagem/ Ag Senado, ABr e STF) |
Para tentar quebrar o clima de tensão instaurado nos últimos dias nos
Três Poderes, o presidente Michel Temer costura nos bastidores a ideia
de unir, num mesmo evento, o presidente do Senado Renan Calheiros
(PMDB-AL), o ministro da Justiça Alexandre de Moraes e a presidente do
Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia. Os três protagonizaram,
nos últimos dias, trocas de farpas públicas após a operação da Polícia
Federal nas dependências do Senado na última sexta-feira, 21, que
prendeu o diretor da Polícia Legislativa do Senado e outros três
servidores.
Temer pretende colocar os três lado a lado no evento de lançamento do
Pacto Nacional pela Segurança Pública, previsto para esta sexta-feira,
28. A defesa das propostas englobadas pelo pacto, na avaliação de
integrantes do Palácio, exige a participação de todos e deve unir o
discurso.
O temor do presidente neste momento é de que os desdobramentos da
Operação Métis atrapalhem o andamento da votação da Proposta de Emenda à
Constituição que estabelece limite de gastos. A PEC 241 deve ser votada
em segundo turno nesta terça-feira, 25, no plenário da Câmara e em
seguida vai para discussão no Senado.
“A preocupação do presidente é baixar a temperatura da crise. O maior
temor do Palácio neste momento é que esse problema institucional
atrapalhe a pauta de votação no Congresso. A PEC do teto tem um
calendário apertado”, ressaltou um assessor palaciano.
Renan, Moraes e Cármen Lúcia estão no centro do tensionamento
instaurado nos últimos dias. Em entrevista concedida na segunda-feira,
24, Renan chamou Moraes de “chefete de polícia” após o ministro afirmar
que os agentes da polícia legislativa “extrapolaram” a competência. O
senador também disparou contra o juiz Vallisney de Souza Oliveira, da
10ª Vara Federal de Brasília e que autorizou a operação no Senado, a
quem chamou de “juizeco”.
As declarações de Renan contra o juiz levaram a ministra Cármen Lúcia
a também reagir nesta terça-feira. “Onde um juiz for destratado, eu
também sou”, disse Cármen. A ministra declarou ainda que o Judiciário
exige respeito dos demais Poderes da República.
A operação da Polícia Federal visou desarticular um grupo, liderado
pelo Diretor da Polícia do Senado Pedro Carvalho que, segundo as
investigações, ‘tinha a finalidade de criar embaraços às ações
investigativas dos federais em face de senadores e ex-senadores,
utilizando-se de equipamentos de inteligência’. (AE)
(Fonte: Diário do Poder)
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