Ministro da Justiça se reuniu com Temer para explicar ação policial no Senado
Foto: Marcelo Camargo/ Agência Brasil |
Um dia após a deflagração da Operação Métis, o ministro da Justiça,
Alexandre de Moraes, se reuniu na manhã deste sábado com o presidente
Michel Temer em São Paulo e apresentou um relatório sobre os motivos que
levaram à ação policial. O encontro estava fora da agenda oficial de
ambos. Nesta sexta-feira (22), a Polícia Federal cumpriu mandados de
busca e apreensão nas dependências do Senado e deteve quatro integrantes
da Polícia Legislativa. Apenas o diretor da Polícia do Senado, Pedro
Ricardo de Araújo Carvalho, permanece preso. No governo, interlocutores
de Temer demonstraram preocupação com os desdobramentos políticos da
operação, principalmente após as críticas do presidente do Senado, Renan
Calheiros (PMDB-AL). O peemedebista defendeu a atuação da Polícia
Legislativa do Senado - subordinada diretamente a ele - e criticou o
ministro dizendo que ele "extrapolou" ao se pronunciar sobre o trabalho
dos quatro servidores presos. Ontem, Moraes disse que os policiais
legislativos "extrapolaram o que seria de sua competência" e "realizaram
uma série de atividades direcionadas à obstrução da Justiça". Ao
Broadcast Político, Renan disse que o trabalho da Polícia do Senado não
era da "competência" de Moraes por se tratar de um outro Poder e que ele
deveria se informar antes de se pronunciar. "Quem fala demais acaba
dando bom dia a cavalo", alfinetou o senador, que é um dos investigados
pela Lava Jato. O ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima,
disse que a busca e apreensão nas dependências do Senado precisavam ser
"muito bem explicadas" à sociedade. "Não se pode deixar de ter cautela
quando um assunto assim pode ser interpretado como confronto entre
instituições republicanas, especialmente neste momento em que vivemos",
afirmou Geddel.
(por Daiene Cardoso | Estadão Conteúdo)
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