Texto de anistia à caixa 2 foi motivado por delações de empresários, diz Valente
(Foto: Luis Macedo/ Câmara dos Deputados) |
O líder do PSOL na Câmara, deputado Ivan Valente (SP), afirmou que a
tentativa de votar um projeto de lei que poderia anistiar a prática de
caixa 2 em campanhas tem a ver com o fato de empresários de grandes
empreiteiras estarem negociando delações premiadas no âmbito da Operação
Lava Jato.
“Quem vai acreditar que não se quer livrar a cara de todos? Bem na
hora em que as duas maiores empreiteiras do País negociam delação, a OAS
e a Odebrecht, e têm uma mega lista de parlamentares implicados, o
Congresso vem e quer passar uma borracha geral nisso?”, afirmou.
Segundo Ivan Valente, o projeto só não foi votado na noite de
segunda-feira, 19, porque houve “uma grita dos deputados que ainda têm
juízo”. “Eu não pensei que pudéssemos chegar a tanto. Nós não tivemos
acesso ao relatório. Esse projeto não tem paternidade. Foi gestado tanto
por gente do governo quanto da oposição”, disse.
As declarações do líder do PSOL aconteceram durante uma audiência da
comissão especial da Câmara que debate o pacote de dez medidas
anticorrupção proposto pelo Ministério Público Federal. O tema dominou a
discussão do colegiado, que aprovou um requerimento para que o
vice-procurador-geral eleitoral Nicolao Dino venha à comissão para falar
sobre a criminalização do caixa 2 em campanhas.
Delações
A delação de empresários da Odebrecht, incluindo o dono da
empreiteira, Marcelo Odebrecht, está na fase final. Em março, uma
planilha com a indicação de pagamentos feitos pela Odebrecht a políticos
foi encontrada pela força-tarefa da Operação Lava Jato. A lista trazia
pelo menos 279 nomes ligados a 24 partidos políticos.
A delação da OAS também deve ser retomada após a Procuradoria-Geral
da República determinar a suspensão das negociações em agosto, depois de
informações sobre o acordo vazarem para a imprensa. (AE)
(Fonte: Diário do Poder)
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