Defesa de Lula entra com recurso no STF contra decisão de Teori Zavascki
Foto: Paulo Pinto/ Fotos Públicas |
A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva entrou nesta
sexta-feira, 9, com um novo recurso no Supremo Tribunal Federal (STF)
contra decisão do ministro Teori Zavascki, relator dos processos da
Operação Lava Jato na Corte. No início da semana, Zavascki rejeitou a
alegação da defesa de Lula de que o juiz federal Sérgio Moro,
responsável por conduzir as investigações da Lava Jato na primeira
instância, estaria usurpando a competência do STF ao apurar fatos
envolvendo um esquema de corrupção na Petrobras que já estão sob análise
pela Suprema Corte. Ao negar o pedido da defesa, Teori alegou advogados
que defendem o ex-presidente vêm apresentando "diversas tentativas" no
sentido de "embaraçar as apurações". A defesa de Lula decidiu agora
impetrar um agravo regimental, que é um recurso ao plenário ou a uma
turma do STF contra despacho de ministro. "É deveras e profundamente
preocupante que o exercício do direito constitucional de defesa, com
combatividade e determinação, possa ser encarado na mais alta Corte de
Justiça do País como fator de entrave às investigações ou ao processo,
em vez de estrito cumprimento de mandamento constitucional. Ressalte-se
que não basta a defesa meramente formal ou retórica, de salão; deve ela
ser efetiva, concreta e tão ampla quanto mandam a Constituição e a lei",
sustentam os advogados de Lula. Para o ministro Teori Zavascki, o
inquérito que tramita no Supremo Tribunal Federal investiga a suposta
participação de Lula em uma organização criminosa que desviava dinheiro
da Petrobras, enquanto que a 13ª Vara Federal da Subseção Judiciária de
Curitiba apura outros fatos relacionados a possível recebimento de
"vantagens indevidas". "Apesar de os fatos investigados no Supremo
Tribunal Federal (...) possuírem correlação com aqueles que são objeto
de investigação perante a 13ª Vara Federal de Curitiba, não houve
demonstração da usurpação, pela autoridade reclamada, da competência
desta Corte, tendo em vista que agiu conforme expressamente autorizado",
argumentou Teori na ocasião.
por Rafael Moraes Moura | Estadão Conteúdo
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