Arrecadação tem queda de 10,12% e atinge pior desempenho para agosto desde 2009
Depois de cinco meses de retração menor, a arrecadação federal voltou a
acelerar o ritmo de queda em relação ao ano anterior. Em agosto, o
recolhimento de impostos e contribuições federais somou R$ 91,808
bilhões, um recuo real (já descontada a inflação) de 10,12% na
comparação com igual mês de 2015. Em relação a julho deste ano, houve
queda de 14,90%. O valor arrecadado foi o pior desempenho para meses de
agosto desde 2009, quando as receitas do mês somaram R$ 85,125 bilhões
(em valores corrigidos). O resultado veio dentro do intervalo de
expectativas de 20 casas ouvidas pelo Broadcast Projeções, que ia de R$
89,8 bilhões a R$ 100,7 bilhões, mas abaixo da mediana de R$ 96,0
bilhões. Entre janeiro e agosto deste ano, a arrecadação federal somou
R$ 816,481 bilhões, o pior desempenho para o período desde 2010, quando a
soma das receitas nos oito primeiros meses do ano foi de R$ 800,895
bilhões. O montante ainda representa recuo de 7,45% na comparação com
igual período do ano passado. As desonerações concedidas pelo governo
resultaram em uma renúncia fiscal de R$ 60,409 bilhões entre janeiro e
agosto deste ano, valor menor do que em igual período do ano passado,
quando ficou em R$ 71,919 bilhões. Apenas no mês de agosto, as
desonerações totalizaram R$ 7,567 bilhões, também abaixo de agosto de
2015 (R$ 8,347 bilhões). Só a desoneração da folha de pagamentos custou
aos cofres federais R$ 1,211 bilhão em agosto e R$ 9,687 bilhões no
acumulado do ano. A redução das desonerações é uma das apostas da equipe
econômica para diminuir as despesas e não aumentar tributos. Por outro
lado, o governo federal arrecadou em agosto R$ 525 milhões com o Refis,
programa de parcelamento concedido através da Lei n.º 12.996 de 2014. Já
no acumulado do ano, a arrecadação com o programa atingiu R$ 4,907
bilhões.
(por Eduardo Rodrigues e Idiana Tomazelli | Estadão Conteúdo)
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