Processo não é político, diz novo corregedor da Justiça Eleitoral
Ação investiga suposto abuso de poder político e econômico pela chapa Dilma/Temer (Foto: Lula Marques)
O novo corregedor-geral da Justiça Eleitoral, Herman Benjamin, disse na
noite desta terça-feira, 30, que o processo que pode levar à cassação da
chapa de Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (PMDB) não será político.
Depois de assumir o cargo de corregedor-geral, o ministro ficará
responsável pela relatoria da ação que investiga suposto abuso de poder
político e econômico pela chapa Dilma/Temer, vencedora da última eleição
presidencial.
“Ao contrário de processos de impeachment em outros países, que são
mais políticos do que baseados em provas – não sei se é o caso do
Brasil, mas em outros países é assim -, o julgamento da Justiça
Eleitoral brasileira não é político, é baseado em fatos e provas e
evidentemente com respeito a todas as garantias constitucionais, não
apenas para proteger os investigados, mas como forma de garantia do
processo eleitoral brasileiro”, disse o ministro a jornalistas, depois
de ser empossado em solenidade no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
“Não podemos impor uma velocidade que não seja compatível com a
correta apuração da verdade”, comentou o novo corregedor-geral da
Justiça Eleitoral.
Dentro do Palácio do Planalto, auxiliares do presidente da República
em exercício, Michel Temer, apostam que o processo terá uma longa
tramitação dentro do TSE, ao contrário do rito do impeachment, que
possui calendário e prazos definidos depois da abertura do processo.
“Quem sabe não demore tanto tempo que o TSE só decida alguma coisa
quando o Temer não for mais presidente”, comentou um assessor ao
Broadcast Político, sob a condição de anonimato.
Um integrante da Corte Eleitoral disse à reportagem que o caso provavelmente só será resolvido a médio ou longo prazo.
“Nós precisamos entender que o processo
judicial é, antes de mais nada, um instrumento sóbrio”, defendeu o novo
corregedor-geral da Justiça Eleitoral. “Nós temos de examinar os fatos.
Há provas que ainda estão sendo analisadas. Porque se os fatos e as
provas não levarem a uma conclusão de contaminação do processo
eleitoral, qualquer outro posicionamento é desnecessário”, completou o
ministro Herman Benjamin.
Técnicos do TSE entregaram no último dia 22 a perícia realizada sobre
documentos de empresas que prestaram serviços à campanha eleitoral que
elegeu Dilma e Temer. Os peritos identificaram irregularidades nas
contratações.
Em setembro pelo menos dez testemunhas deverão ser ouvidas pela Justiça Eleitoral. (AE)
(Fonte:Diário do Poder)
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