A moradora do Morro da Babilônia, no Rio de Janeiro, Rita de Cássia,
alvo de comentários sexuais do prefeito Eduardo Paes, durante a entrega
de um apartamento do programa Morar Carioca, pode processar o
peemedebista. Em entrevista à rádio CBN, o advogado de Rita, Carlos
Eduardo Carvalho, afirma que a prioridade da defesa é retirar as imagens
de circulação, mas não descarta ajuizar uma ação penal e uma de
responsabilidade civil. "Vamos tirar o vídeo do ar. O YouTube não pode
continuar exibindo esse material. Também vamos acionar a delegacia da
mulher". A Comissão de Igualdade Racial da seccional fluminense da OAB e
o Núcleo Contra a Desigualdade Racial da Defensoria Pública divulgaram
uma nota de repúdio às declarações do prefeito. “Nós repudiamos
veementemente as palavras do prefeito. Foi uma fala que, além do mau
gosto, expôs uma manifestação machista, racista e de misoginia, que não
pode ser “deixar para lá”. Não é a primeira vez que a gente ouve de um
agente público do estado do Rio manifestações racistas e preconceituosas
contra a comunidade negra”, afirmou o presidente da comissão, Marcelo
Dias. “Reforçando a objetificação do corpo da mulher e ainda o
estereótipo da raça, o chefe do Executivo Municipal, ao bradar em
público a humilhante ideia que faz da cidadã, apenas concretiza em sua
fala a assimetria de poder e reconhecimento latente nas relações
sociais”, afirma a nota, que ainda defende que as falas de Paes não
podem ser encaradas como “gafe” ou “piada de mau gosto”. “Em outras
ocasiões, ocupantes de cargos da mais alta cúpula da administração já
manifestaram-se publicamente de forma semelhante, ao afirmar que favelas
são ‘fábricas de marginais’ e ainda que comunidades carentes têm taxas
de natalidade no ‘padrão África’”. O prefeito informou por meio de sua
assessoria que não irá se pronunciar sobre o caso. Assista ao vídeo
gravado no evento da prefeitura.
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