Lewandowski avaliará recursos sobre pedidos da defesa de anulação do impeachment
Foto: José Cruz / Agência Brasil
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski,
instância máxima no processo de impeachment vai decidir nessa
sexta-feira (19) sobre requerimentos e recursos da defesa que pedem a
suspensão e a nulidade de sessões do processo de afastamento de Dilma
Rousseff. As informações são de fontes do Judiciário. Nas últimas
alegações da defesa, foram feitos diferentes requerimentos em relação ao
processo. Os advogados de Dilma também protocolaram um recurso na
última terça-feira (16). A defesa alega que, seguindo o rito do
impeachment do ex-presidente Collor, as questões devem ser resolvidas
antes do julgamento, que se inicia em 25 de agosto. Os advogados de
Dilma pedem que seja anulada a decisão de prosseguimento do impeachment,
votada pelo plenário do Senado, devido à inclusão de uma nova acusação
contra a presidente no parecer do relator Antonio Anastasia (PSDB-MG) e
porque as preliminares da defesa não foram analisadas separadamente. A
defesa também requer que durante o julgamento sejam ouvidos os técnicos
da perícia do Senado, além dos assistentes da defesa e da acusação que
também participaram do processo. Até agora, a previsão é que sejam
ouvidas apenas as testemunhas indicadas pela defesa e acusação, além do
depoimento da própria presidente da República. Já o recurso feito ao
Supremo também pede que a sessão seja anulada, alegando, como nos
requerimentos, que as preliminares da defesa deveriam ser analisadas
separadamente, como em um processo jurídico, e não em bloco, seguindo o
modelo de apreciação de projetos parlamentares no Senado. Os autores do
processo de impeachment também fizeram questionamentos ao ministro do
Supremo. Eles pedem a impugnação de duas das seis testemunhas indicadas
pela defesa por considerarem que se tratam de especialistas, e não
pessoas que tiveram ligação com os fatos imputados à presidente. Na
noite de quinta (18), o advogado da acusação também protocolou um pedido
para modificar a frase a qual os senadores responderão no momento de
votarem contra ou a favor do impeachment. Ele pede que a frase seja
ampla, questionando se a presidente cometeu crime de responsabilidade e
deve sofrer o impeachment, ou que ela mencione cada um dos crimes
imputados a presidente. A acusação alega que na atual frase formulada
por Lewandowski falta a indicação de um crime. Segundo fontes ligadas ao
STF, Lewandowski deve decidir sobre todas as questões ainda nesta sexta
(19).
por Isabela Bonfim | Estadão Conteúdo
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