Testemunhas estavam sob ameaça; empresário que coordenava esquema é preso
Foto: Estela Marques / Bahia Notícias
A Operação Copérnico da Polícia Federal deflagrada na manhã
desta sexta-feira (22), decorrente da investigação de um esquema de
desvios de recursos da saúde em Salvador, Candeias e São Francisco do
Conde, foi realizada, além da operação, para garantir a proteção de
testemunhas, que estavam sendo ameaçadas. Segundo informações do
delegado da PF Daniel Madruga, um empresário, principal investigado do
caso, foi preso preventivamente e cumprirá a penalidade na Cadeia
Pública de Salvador. De acordo com a PF, o nome da operação faz menção
ao autor da teoria do heliocentrismo (que afirma que os planetas giram
em torno do sol), Nicolau Copérnico – no início das investigações,
avaliava-se que o empresário tinha menor importância no esquema
criminoso, mas com o desenrolar dos trabalhos, revelou-se ser o
verdadeiro centro da organização, em torno do qual toda a organização
atuava. O empresário preso é controlador do Instituto Médico
Cardiológico da Bahia, cujo real mentor seria Nicolau Martins. O
empresário somente prestará depoimento à tarde, para ser acompanhado por
seu advogado. Além deste mandado de prisão, foram cumpridos 24 mandados
de busca e apreensão e sete de condução coercitiva. Segundo Madruga, o
esquema funcionava a partir da constituição de empresas de fachada em
nome de laranjas, para participar de licitações fraudadas, com
direcionamento, para administração de unidades de saúde em cidades
baianas. Os contratos abrangiam serviços que variavam da aquisição de
material de limpeza à contratação de médicos. Além do direcionamento, a
apuração comprovou a existência de superfaturamento e da não comprovação
de despesas feitas por essas empresas na manutenção e gerenciamento das
unidades de saúde. “Algumas notas apresentadas na prestação de contas
eram de outras empresas pertencentes ao mesmo grupo ou de fachada,
apenas pra esquentar comprovação de valores repassados pela prefeitura”,
explica o delegado. Ainda de acordo com Madruga, a operação está
relacionada a uma ação de improbidade administrativa proposta pelo MPF,
divulgada nesta semana.
(Fonte: Bahia noticias)
Comentários