Meirelles prevê aumento de impostos em caso de teto de gastos não ser aprovado
Foto: José Cruz / Agência Brasil
O ministro da Fazenda do governo interino, Henrique Meirelles, afirmou
que a carga de impostos pode aumentar, caso o teto de gastos para saúde e
educação não seja aprovado pelo Congresso. “Se não for aprovado o teto
dos gastos de despesas com saúde e educação, não haverá outra saída,
porque nos próximos anos, para financiar este aumento das despesas
públicas, só resta aumentar imposto”, avaliou, em entrevista ao jornal
Folha de S. Paulo, publicada nesta segunda-feira (25). Meirelles se
refere a uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que estabelece um
teto para gastos públicos, que inclui os custos com saúde e educação,
para os próximos 20 anos. “Sem essa aprovação e posteriormente a da
reforma da Previdência, certamente teremos um continuado aumento das
despesas públicas obrigatórias e poderemos voltar a ter aumento de
prêmio de risco”, acrescentou. A previsão sobre eventuais aumentos de
impostos deve ser feita em agosto. “Teremos uma visão clara até o final
de agosto [quando for elaborado o orçamento do próximo ano]. A nossa
expectativa é que não haja necessidade de aumento de imposto. Tenho
frisado que não é a solução ideal, mas, se for necessário, teremos
aumento de imposto, sim, porque a meta de R$ 139 bilhões de deficit será
cumprida, sim”. Questionado ainda sobre o risco de não cumprimento da
meta do déficit o ministro apontou que “a ansiedade não resolve
problemas estruturais”. “Quem viver verá. Não há dúvida de que R$ 170,5
bilhões é um deficit muito elevado, mas ele foi construído por muitos
anos. O que ocorreu agora é que ele foi explicitado. Nosso compromisso é
dizer a verdade e anunciar metas que sejam cumpridas”, argumentou.
Meirelles revelou ainda que o governo estuda alvos para privatização.
“Estamos avaliando várias possibilidades, muitas já mencionadas, outras
ainda não. Os aeroportos adicionais [Congonhas e Santos Dumont] são uma
decisão dos setores diretamente envolvidos, mas pessoalmente sou
favorável que seja feita uma privatização. Não só deles, mas dos demais
aeroportos de alto volume de tráfego”, citou.
(Informações: Bahia noticias)
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