Fraude em obras da Fiol; empresas doaram R$ 2 milhões para políticos baianos
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Duas das três empresas baianas suspeitas de fraudes no contrato da
construção das ferrovias Norte-Sul e Integração Leste-Oeste-Fiol, doaram
cerca de R$ 2 milhões para políticos baianos nas eleições gerais de
2010 e 2014 conforme levantamento divulgado a partir de dados do
Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Foram beneficiados tanto
oposicionistas quanto governistas. Segundo a Polícia Federal e o
Ministério Público Federal, as empresas Top Engenharia, Paviservice
(Paviservice Serviços de Pavimentação Ltda) e Embratec (Empresa
Brasileira de Terraplanagem e Construção Ltda) são investigadas pela
prática de cartel, fraude em licitações e pagamentos de propina. A
terceira não fez doação nas campanhas de 2010 e 2014. A Top Engenharia
pertence a uma tradicional família baiana. A empreiteira tem capital
social de quase R$ 75 milhões e é responsável pela construção também do
aeroporto de Vitória da Conquista.
Conforme o levantamento, foram beneficiadas pela Top Engenharia e
Paviservice, os seguintes políticos: Jaques Wagner (R$ 550 mil), Rui
Costa (R$ 366 mil), Cacá Leão (R$ 95 mil), Otto Alencar (R$ 130 mil),
Leur Lomanto Júnior (R$ 40 mil), Paulo Souto (R$ 50 mil), Sandro Régis
(R$ 20 mil), José Rocha (R$ 80 mil), João Leão (R$ 70 mil), Eliana
Boaventura (R$ 20 mil), Zezéu Ribeiro (R$ 10 mil), Salvador Brito (R$
50 mil), Walter Pinheiro (R$ 30 mil), Bete Wagner (R$ 10 mil), Mário
Negromonte (R$ 50 mil), Mário Negromonte Jr. (R$ 50 mil), Bebeto Galvão
(R$ 15 mil), José Nunes (R$ 15 mil) e Paulo Azi (R$ 25 mil).
A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quinta-feira (30/6), a
operação “Tabela Periódica” para apurar cartel, fraude em licitações,
corrupção, peculato e lavagem de dinheiro em obras da ferrovia
Norte-Sul. A operação cumpre 44 mandados de busca e apreensão e 14
mandados de condução coercitiva na Bahia, Goiás e mais seis unidades da
federação. De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), a operação,
que é um desdobramento das investigações da Operação Lava Jato e nova
etapa da Operação “O Recebedor”, decorre de acordo de leniência que a
Camargo Corrêa fechou com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica
(Cade), com o MPF-GO. *Publicação do Bocão News
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