Colégio de Líderes antecipa eleição para presidência da Câmara para terça-feira
Em reunião tumultuada, o Colégio de Líderes decidiu antecipar para
terça-feira (12) a eleição para presidente da Câmara dos Deputados. A
data inicialmente marcada pelo presidente interino da Casa, Waldir
Maranhão, era a próxima quinta-feira (14).
O Colégio de Líderes se reuniu extraordinariamente no fim da tarde
desta quinta-feira (7) e decidiu, por maioria, marcar a eleição para as
13h59 da próxima terça. A inscrição de candidaturas poderá ser feita até
o meio-dia da mesma data.
Dois candidatos já se inscreveram: os deputados Fausto Pinato (PP-SP) e Carlos Henrique Gaguim (PTN-TO).
Bloco partidário
A reunião de líderes desta quinta-feira foi presidida pelo deputado Jovair Arantes (PTB-GO), líder do maior bloco partidário da Câmara, composto por PP, PTB e PSC. Segundo ele, os líderes favoráveis à antecipação da eleição representam 280 deputados, mais da maioria absoluta da Casa.
A reunião de líderes desta quinta-feira foi presidida pelo deputado Jovair Arantes (PTB-GO), líder do maior bloco partidário da Câmara, composto por PP, PTB e PSC. Segundo ele, os líderes favoráveis à antecipação da eleição representam 280 deputados, mais da maioria absoluta da Casa.
"O Regimento da Casa permite que a maioria dos deputados – ou seja,
257 – possam definir o que vai ser feito. Então, nós pautamos [para
terça-feira] porque há uma vacância de liderança neste momento, e o
presidente [interino] não representa o conjunto dos líderes", disse.
Adiamento na CCJ
Os líderes de PT, PCdoB e Psol não participaram da reunião. Já os líderes da Rede, do PSDB, do DEM e do PSB deixaram o encontro antes do término em protesto contra a antecipação da eleição para presidente da Câmara e contra o adiamento, de segunda para terça-feira, da reunião da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ).
Na reunião, a CCJ votará o relatório sobre o recurso em que o
deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) tenta anular a recomendação de
cassação de seu mandato, feita pelo Conselho de Ética.
O líder da Rede, deputado Alessandro Molon (RJ), criticou ainda a
informação de que Cunha acrescentou documentos ao recurso na CCJ, o que
pode provocar novos atrasos na análise do processo de cassação no
Plenário da Câmara.
"Evidentemente que isso vai beneficiar e ajudar a salvar o mandato de
Eduardo Cunha. É isso que está por trás [dessa decisão do Colégio de
Líderes]. E nós não vamos participar dessa vergonha e desse atentado
contra o Regimento Interno da Câmara para salvar o mandato de alguém que
já não deveria entrar nesta Casa", disse Molon.
O deputado Júlio Delgado (MG), vice-líder do PSB, já iniciou a coleta
de assinaturas em torno de um requerimento para manter, na
segunda-feira, a reunião da CCJ para analisar o relatório sobre o
recurso de Cunha. A prioridade de Delgado e de outros deputados é que a
decisão sobre o processo de cassação de Cunha aconteça em Plenário antes
da eleição do novo presidente da Câmara.
"É um requerimento para a Comissão de Constituição e Justiça, com 22
parlamentares, para fazermos a votação em sessão extraordinária da CCJ
no caso do deputado Eduardo Cunha, na segunda-feira, data anteriormente
marcada", disse Delgado.
Posição do governo
O líder do governo, deputado Andre Moura (PSC-SE), rebateu insinuações de que a antecipação da eleição para presidente da Câmara e o adiamento da reunião da CCJ façam parte de uma manobra para beneficiar Eduardo Cunha. Moura também garantiu que o presidente interino da República, Michel Temer, não vai interferir no processo sucessório da Câmara.
O líder do governo, deputado Andre Moura (PSC-SE), rebateu insinuações de que a antecipação da eleição para presidente da Câmara e o adiamento da reunião da CCJ façam parte de uma manobra para beneficiar Eduardo Cunha. Moura também garantiu que o presidente interino da República, Michel Temer, não vai interferir no processo sucessório da Câmara.
"A decisão foi dos líderes. Enquanto líder do governo, nós fomos convidados, assim como o líder da Minoria,
que não esteve presente. E essa decisão vai ser respeitada por conta do
regimento. O que queremos é resolver o problema do novo presidente da
Casa para que possamos ter estabilidade na Casa e votar as matérias de
interesse do País. Não há, por parte do governo, nenhuma ingerência no
processo interno da Câmara", disse Moura.
Regras da eleição
A eleição para a presidência da Câmara será secreta e ocorrerá por meio de processo eletrônico. O novo presidente será eleito em primeiro turno se obtiver a maioria absoluta dos votos (metade mais um), em sessão que tenha quórum mínimo de 257 deputados. Caso contrário, será necessário um segundo turno.
A eleição para a presidência da Câmara será secreta e ocorrerá por meio de processo eletrônico. O novo presidente será eleito em primeiro turno se obtiver a maioria absoluta dos votos (metade mais um), em sessão que tenha quórum mínimo de 257 deputados. Caso contrário, será necessário um segundo turno.
O candidato eleito substituirá Eduardo Cunha, que renunciou ao cargo de presidente nesta quinta-feira.
(Fonte: Agência Câmara)
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