Teori manda para Moro casos de corrupção de membros do governo Dilma
Casos de corrupção envolvendo essa turma do governo Dilma, que se
protegia com foro privilegiado, foram enviado a Sergio Moro. (Fotos:
EBC)
O
relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Teori
Zavascki, mandou nesta segunda-feira uma série de procedimentos
envolvendo ex-ministros e autoridades que compunham o governo da
presidente afastada Dilma Rousseff para o juiz Sérgio Moro, que conduz
as investigações na 13ª Vara de Curitiba.
No pacote, há um inquérito contra o ex-ministro Edinho Silva,
ex-ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social do governo
petista. O procedimento, aberto no ano passado na Corte, apura se ele
recebeu R$ 7,5 milhões de propina da UTC Engenharia para a campanha da
petista em 2014. A investigação tem como base a delação do dono da
empreiteira, Ricardo Pessoa.
Ainda há quatro citações, feitas pelo ex-diretor da Petrobrás Nestor
Cerveró, e que ainda não haviam ensejado inquéritos no STF. Elas
envolvem os ex-ministros Jaques Wagner e Ideli Salvatti; o ex-líder do
governo no Senado, Delcídio Amaral (sem partido-MS); e o ex-presidente
da Petrobrás, Sérgio Gabrielli.
Em duas das citações, Cerveró relatou ao Ministério Público Federal
que Gabrielli repassou um "grande aporte de recursos" para a campanha de
Wagner em 2006 para o governo do Estado da Bahia. Nessa época, segundo
as investigações, o ex-presidente da estatal realocou a parte
operacional do setor financeiro da empresa do Rio para Salvador sem
qualquer justificativa.
Em outro termo da delação, o ex-diretor da estatal relata que afirmou
que Delcídio recebeu propina de US$ 10 milhões da empresa Alstom entre
1999 e 2001, durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique
Cardozo. O pagamento da propina aconteceu na compra de turbinas para uma
termoelétrica que seria instalada no Rio de Janeiro.
Além disso, Cerveró também afirmou que Ideli participou de um almoço
em Brasília para tratar da renegociação de uma dívida de cerca de R$ 90
milhões da Transportes Dalçoquio com a BR Distribuidora, braço da
estatal. Cerveró não apontou o ano do encontro, mas disse que 'imagina
que a ministra Ideli e outros políticos' receberam propina pelo negócio.
Nas mãos de Moro, os cinco procedimentos deverão ser enviados ao
Ministério Público do Estado do Paraná antes que o juiz decida sobre seu
prosseguimento na 13ª Vara de Curitiba. O órgão deverá dizer se as
citações de Cerveró são ou não suficientes para ensejar novas
investigações; já o inquérito contra Edinho Silva deverá seguir sua
tramitação. (AE)
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