Temer acredita que caminho para a reforma política não é uma nova constituinte
Foto: Lula Marques/ AGPT
O presidente em exercício, Michel Temer, admitiu em entrevista à
Rádio Estadão que o País necessita de uma reforma política, mas avaliou
não sentir a necessidade de uma constituinte exclusiva neste sentido.
"Os fatos que estão postos determinam a necessidade de uma reforma
política e eu tenho a impressão que hoje a sociedade já amadureceu em
definitivo esta ideia", afirmou Temer na manhã desta sexta-feira (24).
"É muito difícil governar com 35 partidos e mais 23 que estão para ser
aprovados". O presidente em exercício falou ainda que em "em brevíssimo
tempo" vai retornar ao tema da reforma. "Mas eu tenho muita preocupação
com a proposta de uma constituinte exclusiva, porque ela significa uma
ruptura com o sistema jurídico instalado. A ideia da constituinte eu não
apadrinharia". Temer disse que vai conversar com os líderes da Câmara e
do Senado para incentivá-los a realizar a reforma política, o que
seria, segundo o presidente, função do Legislativo. "Se eles me
permitirem, posso fazer contribuições", comentou. Durante a entrevista,
Temer garantiu que não é candidato à reeleição em 2018 e que não
pretende participar ativamente das eleições municipais deste ano. "Eu
vou evitar, porque hoje sou presidente da República. Nossa base
parlamentar alcança muitos partidos políticos e eu terei muita cautela e
prudência", afirmou. O presidente reiterou ainda que não "vai
interferir na Lava Jato".
(Por Mateus Fagundes e Elizabeth Lopes | Estadão Conteúdo)
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