Sucessão de Cunha na Câmara já é discutida pelo Centrão
Integrantes do Centrão já davam como certa a cassação do peemedebista no plenário (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ ABr)
Responsável pela abertura e a condução do processo de impeachment da
presidente Dilma Rousseff, o deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ)
sofreu na terça-feira (14) sua maior derrota política desde que assumiu a
presidência da Câmara, em fevereiro de 2015.
Os votos decisivos para a aprovação do parecer pela cassação de seu
mandato partiram justamente de quem os aliados de Cunha apostavam que
seriam a seu favor: Tia Eron (PRB-BA) e Wladimir Costa (SD-PA).
Integrantes do Centrão, grupo liderado por Cunha, já davam como
certa, após o resultado, a cassação do peemedebista no plenário e a
realização de novas eleições na Casa.
Por ser o maior bloco informal da Câmara, com cerca de 250 deputados,
o grupo quer eleger o sucessor de Cunha. Os cotados são Jovair Arantes
(PTB-GO), Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), Rogério Rosso (PSD-DF) e o atual
líder do governo, André Moura (PSC-SE).
Para aliados, a única chance de Cunha se salvar agora é se a Comissão
de Constituição e Justiça (CCJ) aprovar um recurso que ele prometeu
apresentar nos próximos dias ou um parecer do deputado Arthur Lira
(PP-AL) mudando o rito de votação do processo por quebra de decoro
parlamentar, o que permitiria a aplicação de uma punição mais branda.
O peemedebista já começou a operar para obter maioria no colegiado.
Após pressão do presidente afastado da Câmara, o PTN e o Solidariedade
anunciaram na terça-feira mudança em integrantes na comissão.
O Solidariedade tirou o deputado Major Olímpio (SP), contra o parecer
de Lira e favorável à cassação de Cunha, e o substituiu pelo deputado
Lucas Vergílio (GO), que votará a favor de Cunha. Já o PTN trocou o
único membro da vaga de titular a que tem direito no colegiado. A sigla
substituiu o deputado Bacelar (BA), que é favorável à cassação, pelo
deputado Carlos Henrique Gaguim (TO), aliado de Cunha.
Autores da representação, PSOL e Rede concluíram que o resultado no
Conselho de Ética deixa Cunha com poucas chances de se salvar no
plenário. A previsão é de que a votação final ocorra antes do recesso de
julho. "No plenário, Eduardo Cunha não tem nenhuma chance", disse o
líder do PSOL, Ivan Valente (SP). Em nota, Cunha afirmou que vai
recorrer. (AE)
(Fonte: Diário do Poder)
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