Secretária de Políticas para Mulheres é contra aborto em caso de estupro: 'Conheci Jesus'
Foto: Agência Câmara
A nova secretária de Políticas para Mulheres, a ex-deputada Fátima
Pelaes (PMDB-AP), é evangélica e não concorda com a descriminalização do
aborto, mesmo em casos de estupro. Fátima é presidente do núcleo
feminino do partido e foi indicada pela bancada feminina da Câmara,
assumindo a pasta dias depois de uma adolescente de 16 anos ter sido
vítima de um estupro coletivo no Rio de Janeiro. Fruto de um "abuso" que
sua mãe sofreu enquanto estava presa "por crime passional", como contou
durante discussão do Estatuto do Nascituro na Câmara, em 2010, Fátima
disse ter mudado sua opinião quanto ao aborto depois que "conheceu
Jesus". A peemedebista perdeu as eleições de 2014 e ficou até abril
deste ano no cargo de diretora administrativa da Superintendência do
Desenvolvimento da Amazônia (Sudam), sendo exonerada pela presidente
Dilma Rousseff (PT) depois que o PMDB rompeu com o governo. A nova
secretária do governo Michel Temer (PMDB) esteve envolvida em um
escândalo sobre desvios de dinheiro público do Ministério do Turismo, em
2011, de acordo com o Estadão. Em depoimento à Polícia Federal, uma
sócia da Conectur - empresa fantasma que funcionava em uma igreja
evangélica - disse que Fátima teria embolsado recursos de emendas para
financiar sua campanha à reeleição. A peemedebista nega. A Secretaria de
Políticas para Mulheres tinha status de ministério até a gestão Dilma,
mas no governo interino de Michel Temer está subordinada ao Ministério
da Justiça e Cidadania. O perfil de Fátima destoa da postura de suas
antecessoras, que tinham pautas mais liberais e alinhadas ao movimento
feminista.
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