Moradores de rua são vítimas da cultura de exclusão, diz missionário
A morte de cinco pessoas nas ruas de São Paulo despertou preocupação com a falta de acolhida a esse público
São recebidos apenas homens, que eles respondem por 82% da população em
situação de rua na capital, conforme censo encomendado pela prefeitura.
“Quando começamos esse trabalho há 20 anos, praticamente não tinha casas
de acolhida em São Paulo. A exigência era dar uma resposta grande à
população masculina”, lembrou Simone Bernardi.
A morte de cinco moradores de rua em São Paulo nos últimos
cinco dias, possivelmente em razão do frio, desperta preocupação com a
falta de acolhida a essa público. Para o missionário Simone Bernardi,
responsável pelo Abrigo Arsenal da Esperança, a questão é resultado da
cultura de exclusão, reflexo da sociedade atual.
“Estamos
numa sociedade que não quer acolher ninguém. Quer tirar o problema e
colocá-lo embaixo do tapete. Nós, muitas vezes, somos o tapete”,
declarou Simone. O Arsenal da Esperança existe há 20 anos e recebe
diariamente 1,2 mil pessoas. São 1150 vagas fixas e 50 rotativas, além
de 50 vagas emergenciais durante o inverno.
Os recursos, segundo
ele, vêm da prefeitura, que contribui com 60%. O restante chega em forma
de doações. A casa, uma antiga hospedaria de imigrantes na zona leste,
na Rua Doutor Almeida Lima, 900, foi cedida em comodato para a
comunidade Fraternidade da Esperança, ligada à Igreja Católica. Ao longo
do ano, cerca de 300 voluntários se revezam para manter o funcionamento
do local.
Para o missionário, a sociedade quer tirar o problema e colocá-lo embaixo do tapete
(Fonte: Agência Brasil)
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