Plano Estadual de Educação: Isidório defende emenda contra debate de gênero nas escolas
Foto: Max Haack/ Ag. Haack/ Bahia Notícias
A Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) discute na manhã
desta terça-feira (3) o projeto que institui o Plano Estadual de
Educação (PEEB) e enfrenta um debate acalorado sobre as questões de
gênero e sexualidade, alvo de emenda do deputado Pastor Sargento
Isidório (Pros). A discussão ocorre durante reunião conjunta das
comissões de Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Comissão de
Educação, Cultura, Ciência e Tecnologia e Serviço Público (CECCTSP),
Comissão de Direitos Humanos e Segurança Pública (CDHSP), Comissão de
Finanças, Orçamento, Fiscalização e Controle (CFOFC). O autor da emenda
compõe a mesa e foi um dos parlamentares a se manifestar, defendendo a
aceitação de sua emenda ao projeto. Auto-proclamado “ex-gay”, Isidório
fez críticas à relatoria do PL, a cargo do deputado Bira Corôa (PT), que
classificou como “raposa tomando conta do galinheiro”. Ele faz menção à
posição do colega, que foi o responsável pelo projeto que garante o uso
do nome social por pessoas trans nas dependências da Casa. Sem
detalhar, Isidório também relacionou à discussão à retirada de Osvaldo
Barreto da Secretaria de Educação do Estado, agora ocupada pelo senador
Walter Pinheiro (sem partido). “Não foi à toa”. Na defesa de sua emenda,
Isidório argumentou com base em documento da Confederação Nacional de
Bispos do Brasil (CNBB), que os termos gênero e sexualidade devem ser
retirados do plano. “Não podemos permitir que levem para dentro das
escolas um estímulo, um biombo”, disse, sob protestos de estudantes que
acompanham a sessão. “Uma coisa é o respeito que eu tenho
obrigatoriamente por vocês, mas não posso trair a natureza de Deus”,
acrescentou. Apesar dos argumentos religiosos, Evangélico, disse ter
sido procurado por membros de outras religiões e por ateus. O documento
do CNBB, divulgado em junho do ano passado, afirma que “as consequências
da introdução dessa ideologia na prática pedagógica das escolas
contradiz frontalmente a configuração antropológica de família,
transmitida há milênios em todas as culturas. Isso submeteria as
crianças e jovens a um processo de esvaziamento de valores cultivados na
família, fundamento insubstituível para a construção da sociedade”. Por
fim, dizendo-se contra a execração de quem “tem sua atração
diferenciada”, ele citou as pessoas que fazem “uso fantasioso de suas
partes ditas contra zonas erógenas” e que realizam “práticas doentias”,
qualificando-os como “sexualmente equivocados”, mas “merecedores de todo
o respeito”.
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