‘O que ocorreu foi um golpe’, diz Camila Pitanga após vazamento de conversa de Romero Jucá
A atriz Camila Pitanga, que tem histórico de protagonismo e
engajamento em causas políticas e sociais, comentou o escândalo
envolvendo o atual ministro de Planejamento, Romero Jucá, após o
vazamento de uma conversa com o ex-presidente da Transpetro, Sérgio
Machado (clique aqui).
“Minha primeira reação - acredito que a de vocês tenha sido a mesma -
foi de espanto e revolta, mas acredito que, mais do que nunca,
precisamos nos unir. Refletir para poder agir conjuntamente. Sem o
intuito de ter razão, apenas buscando um consenso que se preste a,
finalmente, mudar o país”, escreveu a artista no Facebook. Camila disse
ainda que os fatos expostos são “muito mais do que uma conversa que
coloca em suspeita Ministros do Supremo e lideranças de grandes partidos
do Brasil” e que os áudios vazados “mostram uma costura de tramas e
manipulações, onde mídia, empresariado, castas políticas e nós (o povo)
tivemos um papel de encobrir esquemas que - pelo jeito - atingem todas
as instituições”. Camila enumerou os fatos, desde a transcrição da
conversa pela Folha de S. Paulo, às articulações do ministro para barrar
a operação Lava Jato, que segundo os interlocutores só seria possível
com o afastamento da presidente Dilma Rousseff e com a posse de Michel
Temer. A atriz enfatizou que as gravações aconteceram em março, antes da
votação do impeachment na Câmara dos Deputados, e que Jucá e Machado
reconheceram a importância de manter Eduardo Cunha no poder para ter
êxito no plano. “O que fica claro é a criação de uma trama envolvendo
todas as esferas da sociedade e instituições brasileiras, a fim de
manter no poder políticos e partidos. Nisso, a divisão e o fomento do
ódio entre o povo foi encorajada pelos nossos próprios ‘líderes’”,
avaliou Pitanga, acrescentando que o “mais óbvio é que o afastamento da
presidenta Dilma nada tem a ver com as pedaladas fiscais, possível crime
de responsabilidade, questionado por inúmeros juristas, pelas quais ela
está sendo julgada. Um(a) presidente(a) só pode sofrer impeachment
quando ele(a) pratica crime, o que nesse caso, não aconteceu. O que
ocorreu foi um golpe. Onde a elite política brasileira nos fez de arma
contra a nossa democracia, a fim de proteger seus interesses”. A artista
conclui então que “esse governo provisório é ilegítimo” e que “os
caminhos que levaram essas pessoas ao poder é ilegítimo”. “A ideia aqui é
mostrar que a corrupção não acontece de um lado só. E isso precisa
parar! Todos devem ser punidos”, afirma.
(Informações: Bahia noticias)
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