Esquema operado pela Schahin tem ligação com mensalão e caso Celso Daniel
No valor global de R$ 12 milhões, a outra parte do empréstimo concedido ao pecuarista José Carlos Bumlai – R$ 6 milhões foram pagos ao empresário Ronan Maria Pinto, tendo o PT como beneficiário – foi repassada aos publicitários Armando Peralta Barbosa e Giovane Favieri, destinada ao pagamento de dívidas de campanha da prefeitura de Campinas. O caso, no entanto, ainda está sob investigação, segundo o procurador Diogo Castor, integrante da força-tarefa da Lava Jato. Outro ponto ainda não esclarecido é o motivo do pagamento a Ronan, que foi alvo de mandado de prisão temporária nesta sexta-feira (1º), durante a 27ª fase da Operação Lava Jato. “Em princípio, não é uma pessoa vinculada a campanhas políticas, não é um marqueteiro”, aponta Castor, exemplificando com o caso de Campinas. Ronan, no entanto, foi condenado pela 1º Vara Criminal de Santo André com pena de 10 anos e 4 meses por corrupção, por participação no esquema de pagamento de propina na prefeitura do município, relacionado à morte do prefeito da cidade, Celso Daniel. Questionado se o pagamento feito a Ronan poderia ter como foco a compra do silêncio do empresário, o procurador afirmou que esclarecer o motivo do pagamento a Ronan “basicamente é o objeto da nossa investigação”. Ainda de acordo com Castor, a força-tarefa vai investigar o crime federal de lavagem de dinheiro e que eventuais desdobramentos referentes ao caso Celso Daniel caberão ao Ministério Público de São Paulo, com possível compartilhamento de provas com a instância estadual. Outro nome relacionado ao caso de Santo André está no centro das investigações: o ex-secretário geral do PT, Sílvio Pereira, que também foi preso temporariamente nesta sexta. De acordo com o procurador, Sílvio foi preso por participar da operacionalização do esquema de lavagem de dinheiro relacionado ao empréstimo. Ele é apontado por Valério como a pessoa responsável por “arquitetar” a metodologia de repasse e ocultação dos valores e por acionar o publicitário para intermediar os pagamentos. A investigação aponta que, ainda na época do mensalão, ele entrou em contato com Valério, que firmou um contrato de mútuo simulado com a empresa do Rio de Janeiro envolvida no esquema investigado pela nova etapa. A identidade do empresário fluminense envolvido não será revelada, porque sua participação ainda está sendo apurada pela força-tarefa. Sílvio Pereira também foi preso por suspeita de receber pagamentos provenientes do esquema de corrupção da Petrobras. A força-tarefa apura pagamentos feitos para o ex-secretário geral pela OAS, sem causa legítima. O procurador cita que, em depoimento, o lobista Fernando Moura atribui os repasses como uma espécie de mesada, para evitar que ele e outros correligionários não delatassem fatos relacionados ao mensalão.
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