Eduardo Salles diz que ministra 'traiu os baianos' ao assinar decreto que rebaixa a CEPLAC
O
deputado estadual Eduardo Salles disse neste sábado (2), em entrevista à
rádio Conquista FM, de Ilhéus, no programa do apresentador Fred Vesper,
que ele e “todos os que se preocupam com os destinos da região
cacaueira” estão indignados e se sentem traídos pela ministra da
Agricultura, Kátia Abreu, que assinou, no último dia 31, decreto que
transforma a CEPLAC (Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira)
em departamento vinculado à Secretaria de Mobilidade Social, do Produtor
Rural e do Cooperativismo do Ministério da Agricultura.
“Todos
os presentes explicitaram a ela que não eram contra a modernização da
instituição, mas que não concordavam com a transformação da CEPLAC em um
departamento do Ministério da Agricultura, sem autonomia
administrativa, financeira e orçamentária”, explicou Eduardo Salles. “A
decisão foi feita de forma unilateral, com uma arrogância sem tamanho e
com a anuência de burocratas que muitas vezes não sabem nem o que é um
pé de cacau”, continuou.
“A
ministra, com vaidade, apego ao cargo e mal assessorada, disse, de
forma equivocada, que a CEPLAC era para cuidar de cacau e estava
desvirtuada, cuidando atualmente até de peixes”, acrescentou o deputado.
Após
a fala de Kátia Abreu, Eduardo Salles, que foi secretário estadual de
Agricultura e presidente do CONSEAGRI (Conselho Nacional dos Secretários
Estaduais de Agricultura), rebateu a ministra. “Quem está municiando a
senhora de informações está equivocado. A CEPLAC é uma instituição de
desenvolvimento regional e a diversificação de culturas é um dos papéis
mais importantes dela. A piscicultura, como a apicultura, o leite, a
borracha, a mandiocultura, o dendê e a fruticultura foram e são
fundamentais à sustentabilidade de todas as regiões produtoras de
cacau”, argumentou o parlamentar baiano, citando que o órgão é
responsável por transformar a região na maior produtora de graviola do
mundo.
“A
agroindustrialização também tem um papel importantíssimo no
desenvolvimento regional. Se não fosse essa busca da diversificação, com
a entrada da Vassoura de Bruxa, o caos social na região seria mais
devastador ainda”, alertou.
Durante
a audiência, a senadora Lídice da Mata, Eduardo Salles, os deputados
federais Bebeto Galvão, Davidson Magalhães, Daniel Almeida e Roberto
Brito receberam de Kátia Abreu a garantia que qualquer modificação na
estrutura da CEPLAC seria debatida com a bancada baiana. “Infelizmente
não foi isso que ocorreu. Ela traiu a confiança dos baianos”, reclamou o
deputado estadual.
“Durante
toda a audiência ela deixou claro que não gostou dos nossos
questionamentos e sequer de nos receber. A ministra questionou sempre a
eficiência e os objetivos da CEPLAC. Agora ela cometeu um desmantelo na
instituição que tinha um trabalho histórico e de importância
fundamental. Excluiu as atividades de assistência técnica e extensão
rural, suprimiu o segmento da agricultura familiar e limitou a atuação à
cacauicultura”, esbravejou o parlamentar na entrevista.
Em
2015, na Assembleia Legislativa da Bahia, Eduardo Salles conseguiu a
assinatura de todos os 63 deputados que compõem a Casa para tentar
convencer o governo federal a realizar concurso público na CEPLAC. “Já
são 30 anos sem processo de seleção de novos servidores. Dos cinco mil
que o órgão tinha, hoje restam pouco mais de 1.800. E praticamente 70%
está próximo da aposentadoria”, lembrou.
O
deputado estadual concluiu convocando toda a bancada baiana a lutar
contra a decisão do Ministério da Agricultura. “Não podemos nos calar
frente a um absurdo desse. É inaceitável. Acho que agora a pauta de
votações dos representantes políticos dos seis estados tem que estar
atrelada à revogação do decreto. Essa ministra não entende de políticas
públicas para conduzir a agropecuária nacional”, encerrou Eduardo
Salles.
ASCOM – Deputado Estadual Eduardo Salles
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