Defesa de Dilma será apresentada hoje na comissão de impeachment
Foto: Antônio Cruz/ Agência Brasil
O governo apresenta nesta segunda-feira, 4, a defesa da presidente
Dilma Rousseff à Comissão Especial de Impeachment na Câmara. Além de um
documento com aproximadamente 100 páginas, o advogado-geral da União,
José Eduardo Cardozo, fará uma sustentação oral para combater a tese do
impeachment, baseada nos argumentos de que a presidente não cometeu
crime de responsabilidade. A essência da defesa e o arcabouço jurídico
usado por Cardozo será muito semelhante ao que já foi apresentado à
Comissão Mista de Orçamento e ao Tribunal de Contas da União (TCU), que
analisaram as contas do governo de 2014 e as chamadas pedaladas ficais,
argumentos que embasaram o pedido de impeachment em curso. Entretanto, a
linguagem será atualizada para se adequar ao ambiente parlamentar e
evitar jargões jurídicos. O objetivo é usar fala fácil e sensibilizar os
deputados. "O governo está seguro e vai apresentar uma defesa que
desconstrói tecnicamente o pedido de impeachment", afirmou o líder do
governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE). Ele aproveitou para criticar a
exposição dos autores do processo, Miguel Reale Júnior e Janaina
Paschoal, que participaram da comissão na semana passada. "Eles não
discutiram o mérito da matéria. O papel deles era apresentar dados
técnicos, o que fizeram foi uma agitação política", alegou. Cardozo
teria preparado uma sustentação oral de duas horas de duração para
apresentar aos deputados. Entretanto, como tem feito durante as oitivas
até hoje, a comissão deve conceder apenas 30 minutos para a apresentação
da defesa da presidente. O advogado-geral pretende conceder entrevista
coletiva e responder à imprensa logo após a audiência.
por Isabela Bonfim | Estadão Conteúdo
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