Ministro do TCU quer ampliar bloqueio de bens de Gabrielli por Fábio Fabrini | Estadão Conteúdo
Foto: Lúcio Bernardo Jr/ Câmara dos Deputados
O ministro Vital do Rêgo, do Tribunal de Contas
da União (TCU), vai pedir nesta quarta-feira (2) aos colegas de corte que
renovem por mais um ano o bloqueio de bens de ex-executivos da Petrobrás
condenados por prejuízo bilionário na compra da refinaria de Pasadena, no Texas
(EUA). A lista inclui o ex-presidente da estatal José Sergio Gabrielli e
ex-diretores implicados na Operação Lava Jato, como Paulo Roberto Costa
(Abastecimento), Renato Duque (Serviços) e Nestor Cerveró
(Internacional). O tribunal concluiu em 2014 que houve dano ao erário de
US$ 792 milhões na aquisição de Pasadena, feita em duas etapas, em 2006 e 2012.
Os ministros decidiram abrir tomadas de contas especiais para confirmar as
perdas e a responsabilidade de cada envolvido. Dez ex-dirigentes da estatal
tiveram os bens bloqueados, com o objetivo de resguardar eventual ressarcimento
aos cofres públicos. Conforme o Regimento Interno do TCU, a
indisponibilidade patrimonial vale por um ano. Na maioria dos casos, vencerá
este mês. Porém, como as tomadas de contas não foram concluídas, o ministro
pedirá aos colegas de plenário que decretem novamente o bloqueio, baseado na
jurisprudência da corte de contas. A medida evitaria que os ex-executivos se
desfaçam dos bens antes do desfecho dos processos. Se a corte não renovar
os bloqueios, restará ao governo pleiteá-los, o que dependeria de uma decisão
da Advocacia-Geral da União (AGU). A compra de Pasadena é considerada um
dos piores negócios já feitos pela Petrobras. Delatores da Lava Jato já confirmaram
que houve pagamento de propina a executivos da estatal para
aprová-la. Como revelou o jornal O Estado de S. Paulo, a aquisição dos
primeiros 50% da refinaria teve aval, em 2006, da então presidente do Conselho
de Administração e ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, além de demais
integrantes do colegiado. Em nota ao jornal, a presidente justificou em
2014 que se baseou num parecer falho, elaborado por Nestor Cerveró, que omitia
cláusulas prejudiciais do negócio. Do contrário, assegurou, não votaria a favor
do negócio. Embora não tenha bloqueado os bens de ex-integrantes do
Conselho de Administração, o TCU deve se aprofundar sobre a responsabilidade
dos conselheiros. A compra da refinaria também é alvo da Lava Jato. As
informações são do jornal O
Estado de S. Paulo.
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