Após manifestação da AGU, STF mantém decisão de Gilmar Mendes sobre Lula
Foto: Nelson Jr / STF
O ministro do Supremo Tribunal
Federal (STF) Luiz Fux rejeitou, na madrugada desta terça-feira (22), pedido do
governo federal para anular a decisão do ministro Gilmar Mendes que suspende a
nomeação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a chefia da Casa Civil.
"O Supremo Tribunal Federal, de há muito, assentou ser inadmissível a
impetração de mandado de segurança contra atos decisórios de índole
jurisdicional, sejam eles proferidos por seus Ministros, monocraticamente, ou
por seus órgãos colegiados”, afirma Fux em sua decisão, que responde a
manifestação do advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, que apontou
suspeição sobre Mendes para julgar a questão. Para o magistrado, no entanto, a
decisão do colega foi “expressivamente fundamentada" e não aponta
"flagrante ilegalidade". "Deveras, a decisão liminar que se
pretende cassar através do presente mandamus restou expressivamente
fundamentada em dezenas de laudas, o que revela ausência de flagrante
ilegalidade, por isso que a sua reversão deve merecer o crivo do colegiado nos
próprios autos em que foi proferida. Ex positis, diante do manifesto
descabimento da ação proposta, julgo extinto o processo sem resolução do
mérito", argumentou Fux. O ministro ainda pontuou que a solicitação da
AGU, em nome do governo, tem “nítido” caráter de recurso. "Da leitura do
decisum hostilizado, em confronto com o mandado de segurança sub examine
forçoso concluir que a utilização do writ ostenta nítido caráter de sucedâneo
recursal. Sob esse enfoque, o Supremo Tribunal Federal tem o posicionamento
inequívoco, nos termos dos seguintes julgados desta Corte."
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