Sérgio Moro diz que decisão do STF 'fecha janelas da impunidade' no país
A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), de
permitir a execução de uma pena a partir da confirmação da sentença em segundo
grau, foi elogiada pelo juiz federal Sérgio Moro, que conduz os processos da
operação Lava Jato. "A decisão do Supremo só merece elogios e reinsere o
Brasil nos parâmetros sobre a matéria utilizados internacionalmente. A decisão
fechou uma das janelas da impunidade no processo penal brasileiro", disse
o juiz ao G1. Para o juiz, a "a decisão transcende a operação” Lava Jato.
“A nova interpretação constitucional do Supremo vale para todos os casos",
pontuou. Até então, uma pena só poderia começar a ser executada após o trânsito
em julgado, isto é, quando não cabe mais recursos da decisão, por respeito ao
princípio da presunção de inocência. “No processo penal, assim como no cível,
há partes, o acusado e a vítima de um crime. Ambos têm direito a uma resposta
em um prazo razoável. O inocente para ser absolvido. O culpado para ser
condenado. Não há violação da presunção de inocência já que a prisão opera
somente após um julgamento condenatório, no qual todas as provas foram
avaliadas, e ainda por um Tribunal de Apelação. A decisão do Supremo só merece
elogios e reinsere o Brasil nos parâmetros sobre a matéria utilizados
internacionalmente. A decisão do Supremo fechou uma das janelas da impunidade
no processo penal brasileiro", disse o juiz da Lava Jato. O
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, defendeu a mudança. Em nota,
afirmou que a decisão do STF é um "passo decisivo contra a impunidade no
Brasil" (clique aqui e saiba mais). A Associação dos Juízes
Federais do Brasil (Ajufe) também comemorou a decisão. “A mudança na
interpretação da lei emanada pelo plenário da Suprema Corte reforça a adequação
e pertinência da nossa proposta", disse o presidente da entidade, Antônio
César Bochenek. Para a Associação Nacional dos Procuradores da República, é um
avanço histórico no combate ao crime que possibilita a "execução
definitiva das causas já apreciadas pelo juiz singular e revistas pelo tribunal
competente". Ao Bahia Notícias, especialistas falaram sobre o tema
polêmico (clique aqui e saiba mais).
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