Se seca se repetisse, não teria o que fazer, diz presidente da Sabesp
No dia
em que o governo Geraldo Alckmin (PSDB) dá início às obras de transposição de
água da Bacia do Rio Paraíba do Sul para o Sistema Cantareira, quase dois anos
após o anúncio, o presidente da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São
Paulo (Sabesp), Jerson Kelman, afirmou que "não teria o que fazer"
para evitar uma nova crise hídrica, caso a estiagem de 2014 se
repetisse. "Se ocorressem as condições hidrológicas de precipitação de
2014 em 2016, nós não teríamos o que fazer. A nossa sorte é que as
precipitações que estamos observando neste verão trazem um cenário
diferente", afirmou o presidente da Sabesp, em entrevista à Rádio Estadão, nesta terça-feira (16). Kelman afirma que,
durante a crise hídrica, São Paulo passou a produzir 18 mil litros por segundo
de água a menos, por causa da seca provocada pela falta de chuvas em regiões de
mananciais, principalmente no Cantareira. Para evitar a repetição desse quadro,
seriam necessárias obras estruturais, segundo o presidente da Sabesp, para
captar água de outros reservatórios. "Esse enfrentamento se dá por
varias obras. (Há) três de grande porte: essa da ligação Jaguari-Atibainha, que
pode trazer mais 5 m³/s, em média, e chegar a 8,5 m³/s em uma situação de crise
mais aguda; outra obra que já está sendo construída, do Vale do Ribeira, do
(Sistema) São Lourenço, que traz 6 m³/s a mais; e a terceira, de 2,5 m³/s, que
traz água do Rio Itapanhaú", disse Kelman. "Essas obras estruturais
não estão prontas ainda, mas não há possibilidade de que as chuvas poucas se
repitam." Anunciada em março de 2014, a transposição do Paraíba do Sul
protagonizou polêmica e motivou disputas entre os governos de São Paulo e do
Rio de Janeiro, onde cerca de 12 milhões de pessoas são abastecidas pelo
sistema. De acordo com Kelman, o conflito foi resolvido após informações sobre
o volume de água previsto para ser captado serem apresentadas às administrações
estaduais. "O Paraíba do Sul corre por muitos quilômetros ainda até
chegar a Santa Cecília, de onde 250 m³/s de água por segundo são retirados para
abastecer a região metropolitana do Rio", afirmou o presidente da Sabesp.
"Essa obra retira 5 m³/s do Jaguari", disse. Também segundo Kelman,
as obras vão custar cerca de R$ 550 milhões - valor 33% menor do que o previsto
inicialmente (R$ 830 milhões).
Inf Bahia noticias
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