Preços baixos do petróleo começam a prejudicar economia global, diz Opep por Estadão Conteúdo

Os preços mais baixos do petróleo em uma década começam a prejudicar a economia global e não têm aumentado a demanda por gasolina e outros derivados no nível em que muitos esperavam, afirmou a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) nesta quarta-feira (10).  A Opep cortou suas projeções para crescimento na demanda global por petróleo e também para a economia mundial. Segundo o grupo, os preços mais baixos da commodity foram sobrepujados pelo menor apetite dos consumidores, enquanto prejudicam grandes países, como Rússia e Brasil. O anúncio, que consta do relatório mensal sobre o petróleo da Opep, é feito após os preços da commodity retomarem sua trajetória de queda, após os membros do cartel não chegarem a um acordo sobre um corte na produção, nos últimos dias. Os preços mais baixos do petróleo são em geral considerados positivos para os consumidores e para a economia global em geral. Mas agora "o efeito geral negativo do forte declínio dos preços do petróleo desde meados de 2014 tem superado os benefícios no curto prazo", disse a Opep. A entidade, que fornece mais de um terço dos barris consumidores globalmente, reduziu sua previsão para o crescimento global em 2016, de 3,4% para 3,2%. Apesar de que os preços do petróleo atingem níveis não vistos em mais de dez anos, a Opep também cortou sua projeção para crescimento na demanda em 10 mil barris ao dia para este ano. A demanda por petróleo deve subir 1,25 milhão de barris por dia neste ano, para 94,21 milhões de barris por dia, segundo a OPEP. O grupo diz que há consumidores reduzindo os trajetos de carro e também o impacto subjacente da recente crise financeira. "Devido aos efeitos posteriores da 'grande recessão', o potencial de que a capacidade de gasto dos consumidores possa aumentar é limitada", afirmou a Opep. Apesar do apetite menor pela commodity, a entidade continua a produzir em nível forte. O grupo disse que sua produção aumentou 131 mil barris por dia, para 32,33 milhões de barris por dia em janeiro, diante da produção maior de Nigéria, Iraque, Arábia Saudita e Irã. A produção do grupo no mês passado sugere um superávit excesso de petróleo disponível no mercado global de 1,84 milhão de barris por dia no primeiro trimestre, de acordo com os números do relatório.

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