Orçamento tem corte limitado a R$ 47 bilhões por Victor Martins | Estadão Conteúdo
Foto: Agência Brasil
O orçamento de 2016 teria margem para sofrer um corte de até R$ 47,05
bilhões, bem abaixo dos R$ 80 bilhões do ano passado. Mesmo assim, esse valor
está sendo tratado dentro do governo apenas como uma "margem
teórica". Diante das dificuldades fiscais e de arrecadação, sobretudo pelo
fato de o Brasil ter entrado no segundo ano seguido com previsão de recessão, o
corte pode ser menor. A equipe econômica deve mirar um contingenciamento
bem menor, de R$ 24 bilhões, próximo da meta fiscal para a União, que é um superávit
primário (a economia para pagamento dos juros da dívida). A meta de superávit
primário deste ano foi fixada em 0,5% do PIB, o equivalente a R$ 30,5 bilhões.
Além dos R$ 24 bilhões do governo federal, a meta prevê um esforço de R$ 6,55
bilhões de Estados e municípios. Fontes envolvidas na elaboração do
decreto de contingenciamento, que será divulgado após o carnaval, informaram
que os estudos que subsidiam o texto têm como base receitas que podem não se
realizar. O governo colocou na conta a possível arrecadação com a Contribuição
Provisória Sobre Movimentação Financeira (CPMF), tributo que ainda precisa ser
aprovada pelo Legislativo e que não tem qualquer expectativa de quando pode
começar a valer. Os números também consideram que programas sociais como o
Minha Casa Minha Vida, o Bolsa Família e o Fundo de Financiamento Estudantil
(Fies) não devem sofrer cortes. O decreto não leva em conta também a folha de
pagamento da União, que poderia dar alguma contribuição para elevar esse
montante caso fosse reordenada. Mas essas mesmas fontes observaram que o
ministro do Planejamento, Valdir Simão, entende que ela está estável e permite
pouca margem de manobra. Caso opte por um corte na folha, ele deverá ser
mínimo.
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