Em parecer ao TSE, Janot não vê gravidade para cassar mandato de Dilma por Beatriz Bulla | Estadão Conteúdo
Foto: Lula Marques/ Fotos Públicas
Em manifestação encaminhada ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, avaliou que, para determinar a
cassação de mandato da presidente da República, são exigidas "condutas, já
à primeira vista, gravíssimas". No parecer, Janot pede que a corte julgue
improcedente um dos pedidos do PSDB de impugnação de mandato da presidente
Dilma Rousseff e do vice Michel Temer, por não vislumbrar a "gravidade
necessária" para adoção de tal medida. A manifestação data de agosto
de 2015 e foi encaminhada em uma das quatro ações propostas pelos tucanos na
corte eleitoral que pode gerar a cassação do mandato de Dilma e Temer. Na peça,
o PSDB alega que houve abuso de poder político e econômico na campanha
eleitoral. Para o procurador, as condutas apontadas pelo PSDB como
irregularmente praticadas durante a campanha presidencial do PT de 2014
"ou não tiveram o grau de ilicitudes atribuídos, ou não os beneficiaram
diretamente ou tiveram pouquíssimos desdobramentos". "Pois bem!
No caso em preço, é preciso sempre se considerar que as eleições disputadas
pelos candidatos representados foi a presidencial, na qual se disputou os votos
de quase 142 milhões de eleitores. Nesse cenário, não se vislumbra tenham os fatos
narrados na peça inicial aptidão para comprometer a legitimidade e a
normalidade do pleito eleitoral", escreveu o procurador-geral da
República. Janot aponta, no entanto, não ter se "convencido" da
gravidade necessária para imputar a sanção de perda de mandato à presidente,
fato que "seria inédito na história republicana deste País em se tratando
de eleições presidenciais". "Não há como se admitir que as condutas
acima analisadas possam ter influenciado negativamente uma eleição com tamanho
contingente de eleitores", escreveu o procurador-geral da República. O
procurador-geral da República analisa também os outros fatos apontados pelo
PSDB como situações de abuso na campanha eleitoral. As informações são do
jornal O Estado de S. Paulo.
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