César Borges diz que medida provisória desenvolveu Bahia e nega saber de propina por Fábio Fabrini | Estadão Conteúdo
O ex-senador pela Bahia e atual
vice-presidente de Serviços, Infraestrutura e Operações do Banco do Brasil,
César Borges (PR), negou com veemência, nesta terça-feira (2), ter recebido
propina de acusados de "comprar" medidas provisórias no governo
federal. O ex-congressista não é investigado por participação no suposto
esquema, apurado na Operação Zelotes, mas respondeu a questionamentos formulados
por advogados de defesa dos réus de ação penal sobre o caso, que corre na 10ª
Vara da Justiça Federal em Brasília. Borges foi arrolado como testemunha
de defesa de Eduardo Valadão, acusado de integrar o esquema de corrupção. Ele
comandava a Bahia entre 1999 e 2002, quando os primeiros incentivos fiscais
para montadoras instaladas no Nordeste foram concedidos, ainda no Governo
Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Entre 2009 e 2010, quando foi editada e
aprovada a MP 471, que prorrogou os benefícios e está sob suspeita de
"encomenda" pelo setor privado, era senador por seu Estado. Na época,
participou da mobilização política para viabilizar a norma, que teria sido
fundamental para manter a Ford na Bahia. Questionado pelo advogado Marcelo
Leal, que atua para o lobista Alexandre Paes dos Santos, se recebeu propina
relacionada à MP ou soube de pagamento de vantagens a parlamentares, Borges
reagiu: "Absolutamente. Nunca recebi. Nunca soube no parlamento. Me admira
muito que uma MP como essa tenha saído de algum tipo de acordo",
disse. Borges destacou que a medida foi importante para o desenvolvimento
econômico de seu Estado, tanto que em dez anos, exemplificou, o Produto Interno
Bruto (PIB) baiano dobrou. Ele disse que a norma foi aprovada mediante consenso
de lideranças do governo e da oposição, em votação simbólica e sem
emendas. Para esta terça-feira, estão previstos os depoimentos de ao menos
13 testemunhas, além da ré Cristina Mautoni.
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