Médico denuncia uso ilegal de CRM no interior da Bahia; polícia investiga quadrilha por Bruno Luiz
O clínico-geral Mateus Machado nunca foi ao
município de Jitaúna e nem sabia da existência da cidade localizada na região
do Médio Rio de Contas. No entanto, descobriu em outubro do ano passado, de
forma menos agradável do que gostaria, ter mais relações com o município de
pouco mais de 13.000 habitantes do que imaginava. Foi informado de que um falso
médico estava usando seu registro no Conselho Regional de Medicina (CRM) para
atuar na cidade. No entanto, Machado clinica em cidades que, somadas as
distâncias, são separadas por mais de 800 km de Jitaúna, as localidades de
Xique-Xique e São Gabriel. Surpreendido, o médico recorreu à polícia local e
registrou boletim de ocorrência em dezembro. “É uma cidade onde nunca pisei os
pés. Nem sabia que existia. Não estava sabendo de nada. Fiquei muito surpreso,
é uma facilidade muito grande”, afirmou em entrevista ao Bahia Notícias.
Receitas médicas emitidas com carimbos contendo nome e CRM do médico em
unidades de saúde de Jitaúna revelam como seu registro profissional foi usado
indevidamente. Notícias de blogs locais mostram que até bebês vieram ao mundo
pelas mãos do falso Mateus no Hospital Nossa Senhora de Fátima, em Jitaúna.
Entretanto, o clínico-geral não foi a única vítima da ação criminosa. A
Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Coorpin) de Jequié investiga a
atuação de uma quadrilha que agia utilizando falsos registros médicos de outros
profissionais na cidade e também em Itagi. Há, ainda, suspeitas de que o grupo
tenha ramificações em outros municípios da região. Segundo informações da polícia,
os investigados, que não tiveram os nomes divulgados para não prejudicar as
investigações, fugiram das cidades ao saber dos boatos de que tinham sido
descobertos. As apurações começaram após denúncia feita pelo vereador de
Jitaúna, Gerlan do Gás. De acordo com ele, os médicos fazem parte do quadro de
uma empresa fantasma, a LM Serviços Médicos Ltda-ME. Ainda segundo o edil, o
endereço dela corresponde a um escritório de contabilidade e nenhum morador da
localidade conhece a empresa. O inquérito foi encaminhado ao Ministério Público
da Bahia (MP-BA), que também não forneceu detalhes da investigação.
(Fonte Bahia noticias)
Comentários