PF indicia 90 investigados na Operação Enredados por Julia Affonso e Fausto Macedo | Estadão Conteúdo
A Polícia Federal indiciou nesta
terça-feira (22) na Operação Enredados, 90 investigados. A ação foi deflagrada
em 15 de outubro, para desarticular um grupo que teria atuado junto ao extinto
Ministério da Pesca e Aquicultura/MPA (em Brasília e Santa Catarina) e ao Ibama
(em Santa Catarina). Treze investigados estão presos preventivamente.
Entre eles, o ex-secretário-executivo do extinto Ministério da Pesca, Clemerson
José Pinheiro, e o ex-superintendente do Ibama em Santa Catarina, Américo
Ribeiro Tunes, custodiados em Porto Alegre. Em 2014, Clemerson José
Pinheiro ocupou o cargo de diretor do Departamento de Registro da Pesca e
Aquicultura do ministério que era comandado por Hélder Barbalho. A pasta foi
incorporada em outubro deste ano pelo Ministério da Agricultura, comandada por
Kátia Abreu. Américo Tunes era o número 1 da instituição no
Estado. Segundo a PF, foram responsabilizados 90 investigados, em
aproximadamente 450 indiciamentos: 55 por corrupção ativa, 77 por corrupção
(nas modalidades passiva e privilegiada), 98 por crime ambiental, entre outros
crimes. Do total de indiciados, 27 eram servidores públicos. "No dia
27 de novembro, a Polícia Federal já havia encaminhado o Relatório Final do
Inquérito Policial, abrangendo mais de 30 casos criminosos, muitos divididos em
diversos subfatos, distribuídos em conformidade com o núcleo de atuação na
engrenagem delitiva. Cada subfato conteve a individualização da conduta dos
investigados em conformidade com as provas reunidas durante um ano de operação
e a participação nos eventos analisados na investigação", informa nota da
PF. No curso da operação, foram constatados, segundo a Polícia Federal,
crimes ambientais e ilícitos administrativos, gerando um dano ambiental
estimado pelo Ibama em mais de R$ 5 bilhões. As diligências policiais
resultaram em apreensões em decorrência da constatação da prática da pesca
ilegal. No total, foram apreendidas aproximadamente 250 toneladas de peixe,
cujo valor comercial passa de R$ 3 milhões. Segundo a PF, servidores públicos,
armadores de pesca, representantes sindicais e intermediários, mediante atos de
corrupção, tráfico de influência e advocacia administrativa, atuavam concessão
ilegal das permissões emitidas pelo Ministério da Pesca. Investigadores apontam
que muitas das embarcações licenciadas irregularmente não possuíam os
requisitos para obter autorização.
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