Delcídio quer firmar acordo de delação premiada
A defesa do senador Delcídio
Amaral (PT-MS) confirmou na tarde desta terça-feira (8) que contratou o
advogado penalista Augusto Figueredo Basto. Preso há duas semanas por
supostamente tentar barrar a Operação Lava Jato, o ex-líder do governo no Senado
quer fazer delação premiada para tentar se livrar da cadeia. A notícia da
contratação foi antecipada pela coluna de Sonia Racy, do jornal O Estado de
S.Paulo. Delcídio foi capturado por decisão do Supremo Tribunal Federal a
pedido da Procuradoria-Geral da República. Em conversa gravada por Bernardo
Cerveró, filho do ex-diretor Internacional da Petrobras Nestor Cerveró, o
senador é flagrado discutindo um plano para obstruir a Lava Jato. Ele e o
banqueiro André Esteves, do BTG Pactual, iriam financiar a fuga de Cerveró -
preso desde janeiro na Lava Jato. Nesta segunda-feira (7) o
procurador-geral da República Rodrigo Janot denunciou criminalmente Delcídio. A
pedido de Janot, o Supremo autorizou abertura de outros dois inquéritos contra
o ex-líder do governo. A saída de Delcídio pode estar na delação premiada. Dois
dias depois de sua prisão, familiares e amigos do senador já o pressionavam a
fazer delação. Figueredo Basto é especialista nessa área da advocacia.
Entre seus clientes, por exemplo, estão o doleiro Alberto Youssef, peça central
da Lava Jato, o ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco, o dono da UTC, Ricardo
Pessoa, e o lobista Julio Camargo. A defesa de Delcídio vinha sendo
conduzida pelo criminalista Maurício Silva Leite. Na semana passada, Leite pediu
ao Supremo Tribunal Federal revogação da ordem de prisão contra o
senador. Em nota, a assessoria do advogado destacou que a condução do
pedido de revogação "permanece sob a responsabilidade do criminalista
Maurício Silva Leite".
por Fausto Macedo, Ricardo Brandt, Mateus Coutinho e Beatriz Bulla | Estadão
Comentários