PF, MPF e CGU identificam cartéis de empreiteiras no Minha Casa Minha Vida

Foto: Tomaz Silva Agência Brasil
A Polícia Federal, o Ministério Público Federal e a Controladoria-Geral da União identificaram quatro casos de cartel de empreiteiras de médio porte no programa Minha Casa Minha Vida. Segundo informações do jornal O Globo, os cartéis eram formados para burlar concorrências, superfaturar obras, repassar propinas a agentes públicos e desviar verba pública para campanhas políticas. Por conta das fraudes no programa, cujo orçamento já alcançou R$ 278 bilhões, mais de 300 ações foram abertas, de acordo com um levantamento feito pelo grupo de trabalho do MPF dedicado ao assunto. As denúncias ainda citam irregularidades na escolha de beneficiários, custo excessivo, baixa qualidade de casas e repasses de dinheiro público sem o cumprimento dos serviços ou sem garantia. “Vemos que o programa abriu portas para a corrupção e o gasto desenfreado de dinheiro público”, disse Edilson Vitorelli, procurador-chefe do grupo de trabalho sobre o Minha Casa, em entrevista a O Globo. Os casos já identificados ocorreram no Rio Grande do Sul, Acre e Minas Gerais, onde os projetos investigados somam mais de 4 mil unidades habitacionais. “É exatamente a história da Lava-Jato, só que em menor escala. São empresas de poderio econômico relevante que disputam contratos públicos em negociações com políticos locais. Mas o modus operandi é o mesmo de empresas multinacionais em contratos bilionários com a União”, afirma o promotor Ricardo Herbstrith, responsável pela investigação em Novo Hamburgo (RS), onde foi desbaratado um esquema para a construção de 336 residências. Após investigações, que incluíram escuta telefônica, o MP já sabia quem era os ganhadores antes da abertura dos envelopes da licitação. 

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