PF apura tráfico de urânio para grupos extremistas por Marília Assunção | Estadão Conteúdo
Uma operação da Polícia Federal
concentrada em Goiás e que ocorre nesta quinta-feira (26) em mais seis Estados,
investiga uma quadrilha suspeita de tráfico intenso de pedras preciosas e
minérios como o urânio. Cinco pessoas foram presas em Goiás. Os suspeitos podem
ter fornecido o urânio para radicais extremistas para ser enriquecido e usado
na produção de energia nuclear usada em atos terroristas. A PF ainda não
divulgou os nomes dos presos nem os locais das prisões. Os suspeitos
responderão, entre outros crimes, por usurpação de matéria-prima pertencente à
União e formação de organização criminosa. As penas, somadas, podem chegar a 37
anos de prisão. Ao todo foram expedidos 58 mandados contra empresários e
comerciantes do ramo de pedras preciosas e de minérios. Goiás é grande produtor
de ambos. São 10 mandados de prisão temporária, 19 de busca e apreensão e 29
conduções coercitivas. Em torno de 200 agentes da PF estão envolvidos na
operação em Goiás, Minas Gerais, Distrito Federal, São Paulo, Pará, Pernambuco
e Tocantins. A polícia informou que os produtos saíam do Brasil com
destino a Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, passando por Portugal, Bélgica e
Israel, antes de chegar ao grupo extremista para quem o contrabando estava
direcionado, cujo nome não foi divulgado ainda. As investigações duraram cerca
de dois anos. Os investigadores apontam que a organização criminosa é
formada por duas células. Uma atua fortemente na comercialização ilegal de
pedras preciosas, composta em sua maioria por empresários do ramo e pequenos
comerciantes de joias. A outra célula seria composta por autônomos e
pequenos empresários que comercializariam, mediante fraude, títulos da dívida
pública e moeda estrangeira, em transações financeiras envolvendo bancos
venezuelanos. Os investigadores suspeitam que a movimentação com moedas e
títulos estaria vinculada aos processos de lavagem de dinheiro do grupo
criminoso. A operação foi batizada de "Soldner" em referência a
mercenários "para quem o valor do dinheiro é capaz de suprimir os próprios
valores morais", divulgou a PF.
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