Coluna A Tarde: Governador mira sonegação por Samuel Celestino
Num contexto em que pelo menos dez estados federativos já
parcelaram os salários dos seus servidores, o governador Rui Costa explica que
a Bahia tem feito tudo o que é possível para cumprir a parte que lhe cabe.
Desses estados, diz Costa que a maioria
já reduziu seus investimentos “o que traz reflexos e conseqüências
diretas para as economias regionais.” Adianta, ainda, que o governo do estado
tem procurado assegurar o equilíbrio fiscal, para deixá-lo em dia com a folha
salarial. E que continua mantendo a pauta de investimentos no mesmo nível de
2014. “Graças a uma política de controle e qualidade do gasto público, que é
associada, ao lado da receita, às medidas de combate à sonegação e à
modernização do fisco.” – diz ele.
Explica o governador, em entrevista, que a Bahia tem
conseguido preservar a sua capacidade de investimento “sobretudo em
infraestrutura, contrapondo-se às retrações acentuadas registradas nos maiores
estados ”. Dá como exemplo o fato de a Bahia ter investidos R$ 1,46 bilhão, o
que , diz, é um valor significativo para tempos de crise econômica. Rui cita,
dentre outros, os investimentos na ampliação do metrô de Salvador, na
infraestrutura hídrica, desenvolvimento urbano, desenvolvimento rural,
educação, saúde e segurança.
Costa diz que além de conduzir as áreas de arrecadação e
gestão financeira do estado, a secretaria da Fazenda (Sefaz) passou a ser
responsável pela criação de mecanismos de monitoramento para equilibrar o gasto
público, com base em ações de controle e transparência sobre as despesas de
custeio da Bahia. Lembra que em 2014 esse controle das despesas somaram nada
menos de R$ 6 bilhões. E explica que, ao
lado da qualidade dos gastos, estão sendo adotadas medidas de austeridade e
controle na máquina pública, o que entende com extremamente necessário em consequência
da crise econômica.
Na sua explanação, Rui Costa disse que seu governo promoveu
uma reforma administrativa que cortou cargos em quatro secretarias estaduais e,
com isso, obteve-se uma economia de R$ 200 milhões anuais. Faz uma ressalva: “O
ajuste fiscal na Bahia começou, na verdade, em 2013, na gestão de Jaques
Wagner, de sorte a evitar a crise econômica.” Além do quê, informa ainda que,
mesmo sendo medidas impopulares, seu governo entende como necessário o
recadastramento dos servidores para a retirada da folha daqueles que não se encontram
nos locais de trabalho. “Isto vem sendo feito, alem do corte de gratificações
por insalubridade, o que ocorre quando o servidor não faz jus ao benefício.”
Em sequência à sua entrevista, o governador baiano declarou
que, em paralelo ao combate à sonegação e às medidas de recuperação de ativos,
a Secretaria da Fazenda está intensificando o uso da tecnologia para ampliar a
atividade da fiscalização. Disse ele que “após dois anos de implementação de
uma série de pré-requisitos em termos de infraestrutura e desenvolvimento, e de
uma ampla agenda estratégica, o secretário Manoel Vitório instituiu o programa
Sefaz On-line". Explica o governador que “se trata de um conjunto de ações
pautadas em nova realidade de dados
digitais, de maneira a tornar mais eficiente o combate à sonegação fiscal”.
* Coluna publicada originalmente na edição deste domingo (8)
do jornal A Tarde
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