Índios Guarani Kaiowá denunciam ataques de milícias e pedem demarcação de terras



Os índios da etnia Guarani Kaiowá denunciam os constantes ataques de milícias armadas às comunidades no Mato Grosso do Sul. Nos últimos 12 anos, 390 indígenas foram assassinados no estado, de acordo com o Conselho Indigenista Missionários. O líder indígena Elizeu Lopes afirma que fazendeiros, polícia e políticos locais estão envolvidos no ataque. "Do último ataque contra o Simão [Vilhalva], nós ficamos sabendo que tem investigação, mas é muito lena. A Polícia Federal foi rápida e comprovou que o corpo foi baleado na cabeça", disse. Simão morreu em Antonio João, município do Mato Grosso do Sul. A demarcação de terras é uma das principais questões que levam ao conflito no campo. Atualmente, os processos de demarcação estão paralisados e 45 mil índios precisam viver em apenas 30 mil hectares. Segundo relatou Elizeu à Agência Brasil, é por este motivo que os povos indígenas passam a viver nas terras onde existe conflito, almejando mais área livre. "Convnidamos a relatora da ONU, Victoria Tauli-Corpous, três vezes para vir ao Brasil, mas precisa que o governo a convide para vir fazer essa visita. Queremos a vinda de uma comissão de parlamentares europeus também, para ver toda essa nossa realidade", disse, em referência ao período que passou na Europa pedindo ajuda a organismos internacionais. Uma das reivindicações às entidades é que seja feita investigação independente sobre os ataques paramilitares e também sobre o problema do suicídio, que já matou 585 indígenas no estados desde 2003.

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