Parlamentares lançam movimento para impedir a volta da cobrança da CPMF

Mendonça Filho (C): carga tributária é de 36% do PIB. O povo não tem serviços prestados pelo Estado – educação, saúde, infraestrutura. Paga imposto de primeiro mundo e tem um serviço de terceiro mundo

Deputados e senadores do DEM, do PSDB, do PPS, do PSC, do PP, do PMDB e do Solidariedade lançaram, nesta quarta-feira (16), um movimento contrário ao retorno da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). O manifesto foi chamado de “Basta de Imposto, Não à CPMF”.
Extinta em 2007 pelo Congresso Nacional, a volta do imposto é uma das medidas anunciadas nesta semana pelo governo para equilibrar as contas públicas.
As lideranças da oposição no Congresso, no entanto, anunciaram que vão levar o assunto às executivas dos partidos a fim de fechar questão em torno do voto contrário à CPMF.
“O Brasil não aguenta mais pagar imposto. A carga tributária é de 36% do PIB [Produto Interno Bruto]. O povo não tem serviços prestados pelo Estado – educação, saúde, infraestrutura. Paga imposto de primeiro mundo e tem um serviço de terceiro mundo. O Estado é que tem que fazer seu dever de casa, cortando na carne, reduzindo o tamanho da máquina, e não onerando ainda mais a população”, afirmou o líder do DEM na Câmara dos Deputados, deputado Mendonça Filho (PE).
Sentimento da sociedade
Para o líder do PSDB, deputado Carlos Sampaio (SP), o manifesto representa não apenas a oposição, mas o sentimento da sociedade brasileira. “Para aumentar imposto, o governo tem de ter credibilidade. E este governo não tem, nem interna nem externa”, disse. Sampaio acredita na derrota da CPMF em razão de o governo não ter uma base sólida de sustentação no Congresso.

Deputados de partidos que integram o governo, como Lucio Vieira Lima (PMDB-BA), também participaram do movimento. “Como deputado do PMDB e vendo a bancada majoritariamente contra, eu venho aqui me juntar a essa frente e dizer não à CPMF”, declarou.

O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaff, que veio à Câmara, nesta quarta-feira, para conversar com o presidente da Casa, Eduardo Cunha, também criticou uma possível volta da CPMF. "A sociedade não quer pagar mais impostos. O que ela espera é que o governo reduza os seus gastos."

Segundo Skaff, "o governo precisa tapar o buraco que ele abriu por ser um gastão. O governo gasta muito e gasta mal". Ele acrescentou que essas medidas de aumentar impostos e juros e reduzir crédito acabam com a economia.
Diálogo com a base
Na terça-feira (15), o líder do governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), defendeu o retorno da CPMF. Segundo Guimarães, trata-se de uma contribuição provisória que não será paga por todos os brasileiros. Na ocasião, o líder disse ainda que a base aliada estava aberta ao diálogo para conversar sobre o ajuste proposto pelo governo de Dilma Rousseff.
(Fonte Agência Câmara)

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