Delator acusa Odebrecht de comandar cartel de empreiteiras



O diretor da Setal Augusto Mendonça Neto afirmou, durante delação feita à Justiça Federal, que a Odebrecht era a comandante do cartel de empresas que dividia obras na Petrobras.  "A Odebrecht, pelo peso e importância, tinha uma voz predominante no grupo. Quando ela queria alguma coisa, era muito difícil que aquilo não fosse feito daquela forma. Se ela não quisesse, isso certamente não seria feito", declarou ao juiz Sergio Moro, segundo a Folha de S. Paulo. Neto contou ainda que, pelo acordo, "as empresas escolhiam as suas preferências, e as demais apresentavam preços superiores". Como exemplo, o executivo citou o fato de a Odebrecht ter conseguido dois dos maiores contratos das obras na refinaria Abreu e Lima, que somavam R$ 4,67 bilhões. Mesmo com o cartel, Mendonça acredita que as empresas pagavam propina porque temiam retaliações dos diretores da Petrobras. "Pagavam [suborno] porque a capacidade de um diretor de atrapalhar é muito grande. Todas as empresas tinham medo de não pagar", confessou. O diretor da Setal alegou ter sofrido ameaças de pessoas como Renato Duque e Pedro Barusco, funcionários da estatal também investigados na Lava Jato, que teriam dito que sem suborno o contrato não seria assinado. Em nota, a Odebrecht informou à Folha que "as manifestações das defesas do executivo e dos ex-executivos da Odebrecht se darão nos autos do processo". Anteriormente, a empresa já negou veementemente as acusações de que teria participado de cartel ou ter pago propina para funcionários da Petrobras.

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