Acusada de desviar R$ 5 mi de SMS, servidora viu ex-chefe ser denunciado por fraude
A servidora Gilvana Cintra Matos, 29 anos, acusada de desviar até R$ 5 milhões da prefeitura de Salvador, já trabalhava na Secretaria Municipal de Saúde (SMS) em 2009, quando seu então chefe foi denunciado pelo desvio de R$ 56 mil da folha de pagamentos dos funcionários. Segundo o Correio, Ricardo Rocha Costa era chefe do setor do Núcleo de Gestão de Informações e teria inserido funcionários fantasmas no software Sisfolha, destinando os salários para a conta de sua ex-esposa. Após este caso, o sistema foi alterado para o atual, assumido por Gilvana em 2010. De acordo com o Ministério Público do Estado (MP-BA), a servidora tinha uma senha de acesso restrito ao sistema, o que permitia que ela incluísse e excluísse o cadastro de funcionários. Para possibilitar os desvios, ela mantinha ativo o cadastro de ex-prestadores de serviço da SMS e, minutos antes de o dinheiro ser depositado, alterava as informações para incluir o CPF e dados bancários de familiares e laranjas. Logo após o depósito do dinheiro, ela retornava ao sistema e excluía os dados falsos. A prefeitura explicou que identificou a fraude porque a SMS tem reduzido o número de prestadores de serviço. A redução do valor, contudo, não foi tão expressiva quanto o esperado. “No mês de abril, verificamos uma inconsistência na folha de pagamento quanto a valores. No mesmo mês, foi solicitado o fechamento da folha com antecipação, e aí identificamos uma pessoa que era estranha ao mês de março”, explicou o secretário de Saúde, José Alves Rodrigues. “A partir dessa evidência, passamos a fazer um processo de investigação que durou três dias, e identificamos que esses fatos eram repetidos mês a mês, com alguns meses não ocorrendo. De imediato, comunicamos ao Ministério Público e iniciamos uma operação conjunta”, completou. A pasta entrou em contato com o MP-BA, que iniciou uma investigação paralela. Gilvana estava de licença maternidade desde maio, e voltou a trabalhar no último dia 4. Durante este período, não houve desvios. “Ela solicitou o destravamento da senha e voltou a perpetrar os mesmos delitos”, explicou o secretário. Segundo Rodrigues, a atual folha de pagamento será extinta, pois servidores concursados estão assumindo os cargos. Em 2008, a SMS possuía 5 mil prestadores de serviço. Hoje, são apenas 780.
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