Geraldo Simões pode deixar PT para disputar eleições em Itabuna

Com a indefinição do atual prefeito de Itabuna, Claudevane Leite (PRB), que ainda não sabe se vai disputar a reeleição, setores da oposição no município do sul baiano já começam a se articular para as eleições municipais do ano que vem. Vane da Renascer, como é conhecido, foi eleito em 2012 com 41,62% dos votos válidos em um disputa acirrada com o ex-prefeito Capitão Azevedo (DEM), que obteve 40,61% dos sufrágios validados. Com a indefinição do atual gestor, que amarga índices altos de rejeição à sua gestão, o pleito na cidade do sul baiano em 2016 já começa a ser desenhado e o principal embate pode ser entre nomes que fazem oposição à atual gestão no município.
Na bolsa de apostas, dois nomes despontam como candidatos competitivos e fortes: o atual deputado estadual Augusto Castro (PSDB) e o ex-deputado federal Geraldo Simões (PT), que já administrou o município. No último pleito, Simões lançou sua mulher, Juçara Feitosa (PT), que obteve 15,3% dos votos e ficou na terceira colocação. 
 Parte do PT em Itabuna participa da atual gestão no município, que conta ainda com o apoio do PCdoB, que indicou o atual vice-prefeito, Wenceslau Júnior, braço direito do deputado federal Davidson Magalhães (PCdoB). “Está muito cedo ainda. Nas últimas eleições, quem saiu na frente não se elegeu. A eleição em Itabuna é decidida em dez dias [para o final]. Existem muitas ações de governo para serem feitas”, afirmou Magalhães, em entrevista à Tribuna, ao apostar em uma possível reviravolta na atuação administrativa do prefeito, que tem sofrido severas críticas da população itabunense. Segundo o deputado, caso haja desistência de Vane do Renascer em pleitear mais um mandato, o melhor cenário para a situação é a candidatura do vice-prefeito, com apoio do PT itabunense. “Quem está melhor colocado deve ter a preferência e ser apoiado pelos aliados”, defendeu Davidson, em referência à necessidade da permanência do apoio dos petistas locais.
Entretanto, em recente entrevista ao site da região Pimenta na Muqueca, Geraldo Simões confirmou o interesse em se candidatar novamente para disputar a prefeitura e disse contar com 70% do Diretório Municipal do PT para avalizar sua candidatura nas eleições de 2016. O petista afirmou ser impossível apoiar a continuidade do prefeito Claudevane no cargo. “Se o governo estivesse indo bem em Itabuna, ouvisse sugestões, atendesse melhor a população, seria possível um apoio. Mas, o governo está muito ruim.
O governo está no terceiro ano, não tem uma realização importante, e ainda diminuiu a qualidade de serviços públicos, como a educação, a saúde e o cuidado com os bairros. Sem contar a ausência do prefeito e um pouco de falta de vontade de governar. Tem que ter uma alternativa a esse governo. É por isso que sou candidato”, defendeu.
Petista é cortejado pelo PMDB e PSB 
Para isso, caso a política de alianças seja consumada em torno da tentativa de manter a atual unidade política-administrativa à frente da gestão do município, Geraldo Simões, que está filiado ao PT há 35 anos, pode deixar o partido para tentar viabilizar sua candidatura. “Fui honrado pelo deputado Lúcio Vieira Lima [PMDB] com um convite, assim como a senadora Lídice da Mata [do PSB] também já me convidou. Eu tenho dificuldade de ser candidato por outro partido. (...) E, pelas regras do PT, os documentos do PT, quem decide o candidato local é o diretório local com seus filiados em encontro. Tenho desejo de ser candidato a prefeito em 2016, preferencialmente pelo PT. Se não puder ser pelo PT, vou conversar com outras opções”, disse o ex-deputado.
Recentemente, Geraldo Simões se encontrou com o atual ministro da Defesa, Jaques Wagner. Levou ao ex-governador queixas de que petistas baianos contrários ao seu retorno estariam a espalhar que o PT em Itabuna não teria candidatura própria. “Saí de lá tranquilo porque isso não existe. A decisão quem vai tomar é o município de Itabuna, como sempre foi. Fui conversar com Wagner porque com ele eu tenho uma amizade antiga, de eu ir na casa dele e ele vir na minha”, disse.
O caso em Itabuna é semelhante a cidades baianas como Salvador e Camaçari, onde petistas históricos, com desejo de disputar as eleições e governar a cidade, não têm enxergado um futuro promissor filiado à legenda por conta dos desgastes éticos que o partido tem sofrido nos últimos anos no cenário político brasileiro. Como o PT perdeu a capacidade de inovar, “inovam-se” os petistas, que estão a mudar de partido.

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