Deputados preveem tensão na Câmara e minimizam nome de Eduardo Cunha em lista

Após a divulgação da lista do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, com o nome dos políticos supostamente envolvidos nos desvios de verba da Petrobras, parlamentares baianos preveem um clima tenso na Câmara dos Deputados. Em entrevista ao Bahia Notícias, cinco deputados relataram as suas expectativas. Integrante da oposição, Benito Gama (PTB) minimizou a divulgação da lista que sacudiu o noticiário dos últimos dias. “A lista, por si só, não é nada. Ela agora precisa ser acompanhada é fato. Ela é efeito. Precisamos conhecer o que causou esse efeito”, relatou, em entrevista nesta segunda-feira (9). Ex-presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigou o então presidente Fernando Collor – que acabou renunciando ao cargo – Benito disse que, desta vez, vai observar a movimentação da investigação junto ao partido. “Há uma crise instalada. Eu e meu partido vamos trabalhar para esclarecer isso”, contou. De acordo com ele, não há “desmoralização da Casa” por conta das denúncias que recaem sobre o presidente Eduardo Cunha (PMDB-RJ). “É importante que as coisas sejam investigadas”, pontuou. Ex-líder do PSDB na Câmara dos Deputados, Antônio Imbassahy afirmou que os trabalhos nesta segunda “começaram normalmente”. “O que esperamos amanhã é o depoimento de Pedro Barusco”, revelou. De acordo com o tucano, o próprio Cunha fez um esforço para esclarecer o seu nome na lista de Janot. “Ele esteve na CPI [da Petrobras] e se colocou à disposição de prestar depoimento. É uma iniciativa louvável”, reconheceu. Estreante no Congresso Nacional, Paulo Azi (DEM) disse que o clima – antes mesmo da divulgação – já era de tensão. Na análise do democrata, as coisas não tendem a ficar mais amenas no parlamento brasileiro. “Vai continuar pesado”, decretou. Governista, a deputada Alice Portugal (PCdoB) defende, acima de tudo, a conclusão das investigações e considera “um erro” a “contaminação” das investigações com o Congresso. “Não podemos deixar que isso contamine o Congresso. Isso desestabiliza a democracia”, refletiu. A lista, de acordo com Alice, vai dificultar o funcionamento da Casa. “Temos uma pauta enorme de coisas importantes, mas estamos sendo interrompidos com uma situação criminal. Espero que o Ministério Público dê a chance delas se defenderem no judiciário e o Congresso possa funcionar”, desejou. Sem deputados do seu partido na lista de Janot, Félix Mendonça Jr (PDT) diz que o clima é de “apreensão”, porém “normal”. “O clima no PDT é de tranquilidade. Não posso falar o mesmo de outros partidos”, afirmou. De acordo com o pedetista, a tentativa de transferir a transferir a culpa dos desvios na Petrobras para a casa Legislativa não é válida. “É um problema do executivo. Parece que alguns deputados e senadores estão envolvidos, mas isso precisa ser apurado. Estou ansioso para saber como vai ser o clima lá”, relatou, bastante curioso.

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