Ex-gerente da Petrobras foi orientada a omitir prejuízo da construção de Abreu e Lima

Em depoimento prestado nesta sexta-feira (6) à Justiça Federal em Curitiba, a ex-gerente da Área de Abastecimento da Petrobras, Venina Velosa, afirmou que recebeu um pedido para omitir em seus relatórios que a construção da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, era um projeto que traria prejuízos financeiros para a companhia. Venina foi responsável pelos estudos sobre a viabilidade técnica e financeira que basearam a aprovação da obra, em 2012, pelo Conselho de Administração da estatal. A refinaria é alvo de investigação da Operação Lava Jato da Polícia Federal. De acordo com a executiva, o pedido foi feito por e-mail de um secretário do Conselho de Administracão, pois a situação "não estava dando conforto para a diretoria aprovar o investimento". Venina, no entanto, disse não lembrar o nome do remetente da mensagem e não saber se a mensagem foi repassada diretamente ou por intermédio de um ex-assessor de Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento, ao qual era subordinada. Com a ordem, ela relatou nos estudos técnicos os valores que seriam investidos e o retorno previsto. Ao juiz Sérgio Moro, ela apontou que Costa e o ex-diretor de Serviços, Renato Duque, sabiam que a refinaria teria retorno negativo de US$ 3 bilhões, e mesmo assim determinaram a execução do projeto, segundo ela, com investimento previsto em US$ 17 bilhões. "Continue a executar os projetos, as licitações, da forma pela qual nós estamos mandando. Aquelas [recomendações] que estavam sendo feitas para a melhoria da gestão e dos projetos serão acatadas, se fosse o caso", disse Venina, sobre a reposta de Duque após o alerta.

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