Vaquinha a agente processada por juiz levanta R$ 11 mil
Condenada a pagar R$ 5 mil por danos morais ao juiz João Carlos de Souza
Correa, do Tribunal de Justiça do Rio, parado por ela numa blitz da Lei
Seca no Leblon (zona sul) em fevereiro de 2011, a servidora do
Detran-RJ Luciana Tamburini conseguiu arrecadar mais de R$ 11 mil numa
"vaquinha" online, em menos de 24 horas. Luciana havia processado o
magistrado, que dirigia uma Land Rover sem placa e sem carteira de
habilitação, alegando que ele agiu com abuso de autoridade ao lhe dar
voz de prisão. Mas a Justiça entendeu o contrário: que ela é quem abusou
do poder conferido pelo Detran. A frase de Luciana "juiz não é Deus",
dita ao PM chamado por Correa para levá-la a uma delegacia, foi citada
na decisão do desembargador José Carlos Paes, da 14ª Câmara Cível do
Tribunal de Justiça do Rio, da última sexta-feira, 31. Ele considerou
que a agente foi ofensiva e debochada. Para o Detran-RJ, Luciana cumpriu
o papel devidamente. Correa já foi parado na blitz da Lei Seca uma
outra vez e se recusou a passar pelo teste do bafômetro. Ele foi
investigado pela corregedoria do Conselho Nacional de Justiça - o órgão
não divulga detalhes porque "os processos foram arquivados" e corriam em
sigilo. Nem Correa nem Paes se pronunciaram sobre o assunto, tampouco o
TJ-RJ. Já fora das blitze de rua, Luciana, de 34 anos, formada em
administração pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), agora
estuda direito e sonha ser delegada. Ela pretende recorrer ao Superior
Tribunal de Justiça (STJ) contra a condenação.
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