Defensores públicos fazem manifestação devido a corte de R$ 10 milhões no orçamento
A Associação dos Defensores Públicos da Bahia (ADEP-BA) fará uma
mobilização na próxima segunda-feira (1º), a partir das 9 horas,
durante sessão do conselho superior do órgão em Salvador, na Avenida
Manoel Dias, na Pituba. Segundo Soraia Ramos, presidente da ADEP-BA, a
decisão foi tomada em assembleia geral, realizada no último dia 8. O
principal motivo do ato é a possibilidade de redução do orçamento da
Defensoria Pública para o ano de 2015 de R$ 163 milhões para R$ 152
milhões, aproximadamente, que foi apresentada pela defensora-geral
Vitória Beltrão Bandeira, na última sessão do conselho superior,
realizada no dia 22 de julho. A presidente da associação disse que
Vitória Bandeira apresentou uma planilha que indicava um possível corte
de R$ 10.437.209,00 cuja cota teria sido determinada pelo governo do
Estado e deveria ser aprovada imediatamente. Soraia revelou que,
atualmente, a Bahia conta com 264 defensores públicos, que conseguem
atender apenas 8% das comarcas baianas, alcançando o posto de 3ª pior
Defensoria Pública do Brasil. “De 2013 para cá, o orçamento já foi
reduzido em, mais ou menos 10%. Ao invés de aumentar, ou, no mínimo
ficasse igual, ele foi reduzido, fazendo com que a Defensoria não
consiga colocar mais defensores nas Comarcas e aumentar o atendimento
para as pessoas que carecem dos serviços”, explicou. Além disso, a
presidente da ADEP-BA explicou que os defensores cobram mais respeito da
administração da Defensoria Pública, e que ela lute mais pela
categoria. “A defensora-geral não respeita algumas questões do trabalho
dos defensores. Por exemplo, quando são enviados ofícios, ela não
responde”, explicou. Outra reinvindicação feita pela ADEP-BA é a
autonomia da Defensoria Pública que, segundo ela, existe na teoria,
porém, não há na prática. “A constituição garante a autonomia da
Defensoria, tanto financeira quanto legislativa e administrativa. Porém,
como o orçamento fica vinculado ao Executivo, o órgão não possui a
autonomia de ter o seu próprio orçamento. Isso impede que se possa, por
exemplo, nomear todos os aprovados em concurso público”, disse. “Estamos
lutando desde 2010 para criar uma comissão chamada ‘Mais Defensores’,
para termos mais pessoal e sair desta 3ª posição de pior defensoria do
Brasil”, concluiu.
Comentários