Apoiado pela presidente, movimentos instauram plebiscito para pressionar reforma política

Os brasileiros podem votar até este domingo (7) em um plebiscito constituinte para mobilizar a reforma política. A iniciativa considerada popular e promovida por quase 450 grupos e entidades sociais de todo o país contou com apoio moral da presidente Dilma Rousseff (PT) nesta terça-feira (2), durante caminhada em São Bernardo do Campo (SP). O partido da candidata à reeleição tenta por em pauta a reforma política no Congresso Nacional desde os manifestos de junho do ano passado. O plebiscito, por sua natureza política e, até este momento, não jurídica, visa angariar apoio da população para a instituição de uma assembleia constituinte para validar um novo sistema político representativo. Alguns movimentos sociais que fazem parte das entidades mobilizadoras possuem aproximação com o PT, a exemplo da Central Única dos Trabalhadores (CUT). Apesar disso, o membro da secretaria operativa do Plebiscito Constituinte, Rodrigo César, refuta a possibilidade do processo – inclusive o resultado – ser aparelhado por qualquer sigla, seja por motivos políticos ou eleitorais. “Não temos o menor receio de aparelhamento de um ou de outro partido pela amplitude das representações, e pela pauta ser propositiva. Qualquer partido será bem vindo. Se o PT, depois da jornada, tentar apresentar proposta de reforma política que coaduna com a nossa, é bem vindo também”, argumentou César.  OAB, CNBB, e centrais sindicais são outras entidades que promovem a abertura de urnas em todo o país. Caso os eleitores brasileiros disserem “sim” à vontade de criar uma assembleia constituinte, a proposta será levada a Congresso Nacional. Os representantes seriam eleitos para atuarem exclusivamente no processo de formação de um possível novo sistema político. “Nosso objetivo é estimular o povo a se organizar em torno das reivindicações. A meta das organizações é atingir 10 milhões de votos no plebiscito, pelo menos. A partir disso, queremos entregar resultados aos três poderes da república, que seria mais um movimento para pressionar o governo do Estado para convocar essa assembleia constituinte. Como não é oficial e não tem legitimidade jurídica, a ideia é aumentar pressão sobre o Estado para que a reforma seja feita por meio da assembleia”, comentou o representante. Na Bahia, a equipe do plebiscito estima que aproximadamente 90 mil pessoas, em média, já tenham votado, em pelo menos 600 urnas abertas nos quase 200 municípios. Um ponto culminante na discussão entre os movimentos sociais antes do plebiscito foi o período em que está sendo aplicado, a um mês da eleição do primeiro turno. “Houve um ônus e um bônus. A dificuldade que está tendo e sentimos é a falta de gente, pois as pessoas estão envolvidas nas campanhas eleitorais. Fora do período teria mais gente e mais recurso. Só que avaliamos ser importante neste ano porque as pessoas estão discutindo política, mas, no dia- a- dia, e sabemos em conformação que tem por parte da população, da indignação, como está o sistema político", explica o coordenador do Plebiscito na Bahia, Vitor Alcântara. 

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