Merkel defende envio de armas alemãs ao Iraque
A chanceler alemã, Angela Merkel, defendeu neste domingo (24) a decisão do governo de Berlim de fornecer armas para as forças do Iraque que lutam contra militantes do Estado Islâmico. Segundo Merkel, a Alemanha não pode ver um "genocídio" acontecer e deve ajudar aqueles que lutam contra o grupo extremista. "Decidimos entregar as armas num caso excepcional nunca antes visto, onde milícias islâmicas realizam um genocídio aos olhos de todos", disse Merkel durante uma entrevista à emissora pública ARD. A chanceler disse que as armas seriam entregues ao governo regional semi-autônomo curdo, descartando um fornecimento de armas direto para o Partido dos Trabalhadores do Curdistão, conhecido como PKK. A Alemanha anunciou na última quarta-feira que estava preparada para exportar armas para o Iraque, a fim de ajudar as tropas curdas contra o Estado islâmico. O embarque do equipamento, de acordo com o governo, aconteceria já nos próximos dias. O movimento é incomum para a Alemanha, que adota uma postura pacifista desde a Segunda Guerra Mundial. A lei alemã proíbe a exportação de armas para zonas de conflito, embora permita algumas exceções, como nos casos de ameaça aos interesses internacionais ou à segurança da Alemanha. Ao longo dos últimos dias, o governo de Berlim justificou a sua decisão apontando para as atrocidades cometidas pelos extremistas. Merkel afirmou que o país não enviará tropas alemãs para o Iraque, mas quando questionada sobre como os curdos seriam treinados para operar o sofisticado armamento alemão, a chanceler não descartou a possibilidade de que alguns soldados alemães poderiam realizar o treinamento em território iraquiano. Segundo Merkel, ainda não há uma decisão sobre o assunto. O governo alemão precisa convencer um público cético sobre a entrega de armas para o Iraque. Uma pesquisa publicada nessa sexta-feira mostrou que 67% se opõem a tal decisão, enquanto apenas 27% apoiaram a atitude do governo. O maior temor da população é de que as armas alemãs caiam em mãos erradas. As informações são do Dow Jones Newswires.
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