Ex-delegado critica condução de investigações de sequestro de advogado em Salvador
Conhecido do cenário político e policial – também por ter sido
denunciado em um esquema de grampos para favorecer o ex-senador ACM -, o
ex-delegado Valdir Barbosa chegou a ser procurado pela família do advogado Ricardo Melo para auxiliar no caso de sequestro que já dura quatro meses.
Em contato com o Bahia Notícias, Barbosa apontou falhas que podem
comprometer a solução do caso. “Qualquer neófito em gerenciamento de
crise sabe que não se pode deixar vazar aos suspeitos, em caso de refém
desaparecido, a certeza quanto a autoria, sob pena de se por em grave
risco a vida do refém. Não se argua trabalhar com a hipótese de que a
vitima já esteja sacrificada, em razão dos erros praticados pelo
provável autor do sequestro. A polícia não tem que se nortear em
achismos e deve manter a esperança de encontrar o refém com vida, até
que se esgotem todas as tentativas”, criticou o ex-delegado, que hoje
atua lotado no Tribunal de Contas do Estado. “Fala-se, na campanha,
sobre a criação de Bope, Grupamento Aéreo e Aplicação em Tecnologia. Sem
querer por pimenta no molho, se promete inventar o que já existe
esquecendo prioridades: investir em inteligência privilegiando prevenir e
investigar”, completa Barbosa. “Encontrei-me com a irmã e genitora do
rapaz, aflitas. Em lágrimas, a mãe desesperada rogava pudesse emprestar
minha experiência, para colaborar com as investigações confirmando serem
reais as notícias agora tornadas públicas. Disse-lhes que, com tantos
detalhes, nada restava à polícia senão laborar para prender o suspeito e
encontrar o refém. Não mais as vi. Tive por certo que a instituição
cuidava de agir da forma correta e me surpreendo com a matéria onde os
segredos da investigação são revelados. Pensei comigo: Estão loucos?”,
criticou o ex-delegado
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